MATEUS 24.E 25.:
1. A quem Jesus
dirigiu, em primeiro lugar, as palavras de Mateus 24 e 25?
A parábola da
figueira é uma representação simbólica da nação judaica.
A resposta é:
basicamente aos judeus – e não à Igreja
- Nessa
ocasião a Igreja ainda era um mistério. Somente no Pentecoste ela foi
incluída no agir de Deus e, posteriormente, revelada através de Paulo.
- Portanto,
o texto também não está falando do arrebatamento, quando Jesus virá para
buscar Sua Igreja, mas trata da volta de Jesus em grande poder e glória
para Seu povo Israel, após a Grande Tribulação (Mt 24.29-31). Jesus só
falou do arrebatamento mais tarde, pouco antes do Getsêmani, como está
registrado em João 14. Até então os discípulos, como judeus, só sabiam da
era gloriosa do Messias que viria para Israel (por exemplo, Lucas
17.22-37).
- Os
discípulos a quem Jesus Se dirigiu em Mateus 24 e 25 evidentemente eram
judeus. Em minha opinião, eles simbolizam o remanescente judeu fiel, que
crerá no Messias no tempo da Grande Tribulação.
- No
sermão profético do Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, Ele predisse como
será a situação dos judeus no período imediatamente anterior à Sua volta.
- Falsos
profetas e falsos cristos, como são chamados em Mateus 24.5,23,26, representam
um perigo para Israel. A Igreja enfrenta outros perigos, pois deve
preocupar-se mais com falsos mestres, falsos apóstolos e falsos
evangelistas e em discernir os espíritos (2 Co 11.13; 2 Pe 2.1; Gl 1.6-9).
Filhos de Deus renascidos pelo Espírito Santo certamente não vão sucumbir
às seduções de falsos cristos e cair nesses enganos.
- O
"abominável da desolação" (Mt 24.15) diz respeito claramente à
terra judaica, ao templo judaico e aos sacrifícios judeus. Já o profeta
Daniel falou a respeito. E Daniel não falava da Igreja, mas de "teu povo... e de tua
santa cidade" (Dn 9.24).
- A
frase: "então, os que estiverem na Judéia fujam
para os montes" (Mt 24.16), é bem clara. Trata-se
nitidamente da terra de Israel. Pois no Novo Testamento a Igreja de Jesus
nunca é conclamada a fugir para os montes.
- Igualmente
o texto que fala do sábado diz respeito aos judeus, aos seus costumes e
suas leis (v. 20).
- Também
a parábola da figueira (v. 32) é uma representação simbólica da nação
judaica. Do mesmo modo, a expressão "esta geração" (v. 43)
aplica-se a Israel.
2. A que época o
Senhor se refere em Mateus 24?
A resposta à pergunta anterior nos conduz
automaticamente ao tempo em que esses fatos acontecerão. Trata-se da época em
que Deus começará a agir novamente com Seu povo Israel de maneira coletiva,
levando o povo da Aliança ao seu destino final (v. 3), que é a vinda do seu
Messias e o estabelecimento de Seu reino. O centro de todas as profecias de
Mateus 24 e 25 é ocupado pelos sete anos que são os últimos da 70ª semana de
Daniel (Dn 9.24-27). Devemos estar cientes de que esse período é a consumação
do século, o encerramento de uma era, e não apenas o transcorrer de um tempo. O
sinal do fim dos tempos é a última semana, a 70ª semana de Daniel.
Coisas espantosas e
grandes sinais no céu anunciam a chegada do grande dia da ira do Senhor.
Todos os sinais que o Senhor Jesus predisse em
Mateus 24, que conduzirão à Sua vinda visível (v. 30), têm seus paralelos no
Apocalipse, nos capítulos de 6 a 19. Mas nessa ocasião a Igreja de Jesus já
terá sido arrebatada, guardada da "hora da
provação" (Ap 3.10).
Os últimos sete
anos – divididos em três etapas (Mt 24.4-28)
1. Os versículos 4-8 descrevem,
segundo meu entendimento, a primeira metade da 70ª semana de Daniel. O versículo 8 diz claramente:"porém tudo isto é o princípio das
dores".As dores não dizem respeito a uma época qualquer, elas definem
especificamente o tempo da Tribulação, comparado na Bíblia "às dores de
parto de uma mulher grávida" (1 Ts 5.3; veja também Jr 30.5-7). O
princípio das dores são os primeiros três anos e meio da 70ª semana. Assim como
existem etapas iniciais e finais nas dores que antecedem um parto, também esses
últimos 7 anos dividem-se em duas etapas de três anos e meio. Há um paralelismo
e uma concordância quase literal entre Mateus 24.4-8 e Apocalipse 6, onde o
Senhor abre os selos de juízo:
- Falsos
cristos (Mt 24.5) – primeiro selo: um falso cristo (Ap 6.1-2).
- Guerras
(Mt 24.6-7) – segundo selo: a paz será tirada da terra (Ap 6.3-4).
- Fomes
(Mt 24.7) – terceiro selo: um cavaleiro montado em um cavalo preto com uma
balança em suas mãos (Ap 6.5-6).
- Terremotos
(Mt 24.7), epidemias (Lc 21.11) – quarto selo: um cavaleiro montado em um
cavalo amarelo, chamado "Morte" (Ap 6.7-8).
2. Nos versículos 9-28 temos a
descrição da Grande Tribulação, ou seja, a segunda metade (três anos e meio) da
70ª semana de Daniel.
- Nesse
tempo muitos morrerão como mártires (Mt 24.9) – quinto selo (Ap 6.9-11).
- Coisas
espantosas e grandes sinais no céu anunciam a chegada do grande dia da ira
do Senhor (Lc 21.11) – sexto selo (Ap 6.12-17).
- Em
Israel, muitos trairão uns aos outros (Mt 24.10, veja também Mt 10.21).
- O
engano e a impiedade se alastrarão, o amor esfriará, significando que
muitos apostatarão de sua fé (Mt 24.11-12, veja 2 Ts 2.10-11). Quem
perseverar até o fim verá a volta do Senhor e entrará no Milênio (Mt
24.13).
- O
Evangelho do Reino será pregado por todo o mundo (v. 14). Ele não deve ser
confundido com o Evangelho da graça, anunciado atualmente. O Evangelho do
Reino é a mensagem que será transmitida no tempo da Tribulação pelo
remanescente e pelos 144.000 selados do povo de Israel, chamando a atenção
para a volta de Jesus, que então virá para estabelecer Seu Reino (compare
Apocalipse 7 com Mateus 10.16-23).
3. Mateus 24.15 refere-se à metade da
70ª semana de Daniel, o começo dos últimos três anos e meio de tribulação.
A "abominação desoladora" não teve seu
cumprimento na destruição do templo em 70 d.C., pois refere-se à afirmação de
Daniel, que aponta claramente para o fim dos tempos (Dn 12.1,4,7,9,11).
- A
profecia da "abominação desoladora" de Daniel teve um
pré-cumprimento aproximadamente em 150 a.C., na pessoa de Antíoco
Epifânio. Daniel 11.31 fala a respeito.
- A
"abominação desoladora" cumpriu-se parcialmente em 70 d.C. através
dos romanos, que destruíram o templo.
- Mas
"abominável da desolação" de que Jesus fala em Mateus 24.15 será
estabelecido apenas pelo anticristo, vindo a ter seu cumprimento pleno e
definitivo na metade dos últimos sete anos (como profetizado em Daniel 12).
Essa profecia de Daniel é claramente para o tempo do fim (vv. 4,9),
referindo-se a um tempo de tão grande angústia como jamais houve antes (v.
1), que durará "um tempo, dois tempos e metade de um
tempo". É dessa Grande Tribulação, desse período de
imenso sofrimento e angústia, que Jesus fala em Mateus 24.21 (veja Jr
30.7).
Nos versículos a seguir, de 16 a 28, o Senhor Jesus
explica como o remanescente dos judeus deve comportar-se durante a Grande
Tribulação:
- Eles
devem fugir (veja Ap 12.6).
- Esses
dias serão abreviados para três anos e meio, para que os escolhidos sejam
salvos.
- Falsos
cristos e falsos profetas farão milagres e sinais (veja Ap 13.13-14).
- Mas então, finalmente, diante
dos olhos de todos, o Senhor virá "como o
relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente". Esses dias
da ira de Deus (Lc 21.22), ou melhor, esses dias da ira de Deus e do
Cordeiro (Ap 6.17), são descritos assim: "Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres" (Mt
24.28). O
"cadáver" representa o judaísmo apóstata, afastado de Deus, e o
sistema mundial sob a regência do anticristo, no qual reinará a morte e o
"hades". Os "abutres" simbolizam o juízo de DeusTerremotos, tempestades,
inundações e doenças imprevisíveis, além de outros fenômenos e catástrofes
da natureza, aumentam dramaticamente.
Como já foi mencionado, não creio que em Mateus
24.15 o Senhor Jesus esteja referindo-se à destruição do templo em 70 d.C., mas
penso que Ele está falando do tempo do fim. Ele menciona a destruição do templo
e de Jerusalém em Lucas 21, fazendo então a ligação com os tempos finais.
Aliás, este é o sentido dos quatro Evangelhos: apresentar ênfases diferenciadas
dos relatos. Os Evangelhos tratam da profecia como também nós devemos fazê-lo,
manejando bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15).
Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz:"Quando,
porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua
devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as
nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada
por eles." Isso cumpriu-se em 70 d.C.
Mas Mateus 24 menciona algo que não aparece no
Evangelho de Lucas, pois cumprir-se-á apenas nos tempos do fim: "o
abominável da desolação" (v. 15).
No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da
destruição do templo em 70 d.C., está escrito:"...haverá grande aflição
na terra" (Lc 21.23) (não está escrito: "grande tribulação"). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos
sobre uma "grande tribulação" "como desde o
princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais" (v. 21). A expressão "grande tribulação" diferencia nitidamente a
angústia de 70 d.C. da "grande tribulação" no final dos tempos.
Jesus Cristo não é
apenas a esperança para o futuro do mundo, mas a esperança para toda pessoa,
para cada um que invocar Seu Nome!
3. Qual é a
mensagem desse texto bíblico para nós hoje?
Essa passagem tem forte significado para os crentes
de hoje, pois sabemos que os impressionantes acontecimentos da Grande
Tribulação lançam suas sombras diante de si e que, por essa razão, o
arrebatamento da Igreja deve estar muito próximo.
- Nosso
mundo está muito inquieto. Há conflitos em muitos países e torna-se mais e
mais evidente a possibilidade de guerras devastadoras em futuro próximo.
Mais de 400.000 cientistas estão atualmente ocupados em melhorar sistemas
bélicos ou em desenvolver novos armamentos.
- Grande
parte da humanidade passa fome.
- Terremotos,
tempestades, inundações e doenças imprevisíveis, além de outros fenômenos
e catástrofes da natureza, aumentam dramaticamente em progressão
geométrica, como as dores de parto da que está para dar à luz.
- Grande
parte dos cristãos é perseguida. Muitos chegam a falar de uma
"escalada" nas perseguições nos últimos anos.
- Também
a sedução e o engano através de falsas religiões é comparável a uma
avalanche. O clamor pelo "homem forte" torna-se mais audível.
Qualquer coisa passa a ser anunciada como "deus" ou
"salvador" – e as pessoas agarram-se ansiosas a essas ofertas
enganosas. Ao mesmo tempo acontece uma apostasia nunca vista, um crescente
afastamento da Bíblia e do Deus vivo.
As dores da Grande Tribulação anunciarão a vinda do
Filho do Homem. Não nos encontramos diante do fim do mundo, mas nos aproximamos
do fim de nossa era (Mt 24.3). O Filho de Deus não nos trará o fim, mas um novo
começo. Jesus Cristo não é apenas a esperança para o futuro do mundo, mas a
esperança para toda pessoa, para cada um que invocar Seu Nome! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
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