quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A Palavra Carnaval

Estudiosos divergem quanto a origem da palavra CARNAVAL.
Para uns, a palavra CARNAVAL vem de CARRUM NAVALIS, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C., para outros, a palavra CARNAVAL surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590  d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de “qüinquagésima” deu o título de “dominica ad carne levandas”, expressão que teria sucessivamente se abreviado para “carne levandas”, “carne levale”, “carne levamen”, “carneval” e “carnaval”, todas variantes de dialetos italianos (milanês, siciliano, calabres, etc..) e que significam  ação de tirar , quer dizer: “tirar a carne” A terça-feira. (mardi-grass), seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum (Quaresma).
Afirmam alguns pesquisadores que a palavra CARNAVAL teria surgido em Milão, em 1130, outros dizem que a festa só teria o nome CARNAVAL na França, em 1268 ou, ainda na Alemanha, anos 1800.
 
Uma outra corrente, essa menos conhecida, citada no livro - A Cultura Popular na Idade Média - contexto de François Rabelais, de Mikhail Bakhtin, diz que: “na segunda metade do século XIX, numerosos autores alemães defenderam a tese que a palavra carnaval viria de KANE ou  KARTH ou  “lugar santo “(isto é comunidade pagã, os deuses e seus seguidores) e de VAL ou WAL ou morto, assassinado, que dizer procissão dos deuses mortos, uma espécie de procissão de almas errantes do purgatório identificada desde o século XI pelo normando Orderico Vital, como se fosse um exército de Arlequins desfilando nas estradas desertas buscando a purificação de suas almas. Essa procissão saía no dia do Ano Novo, durante a Idade Média”.
 

As Eras e outras definições
As ERAS são um ponto de partida para cada cronologia particular. Na antigüidade ligava-se a nomes de magistrados ou ao reinado de um soberano, ou ainda a um evento importante. Por aí, começa a contagem  do tempo. Exemplos:
Era das Olimpíadas - início em julho 776 a.C., com quatro ciclos de duração.
Era da Fundação de Roma - em 773 a.C..
Era da Hégida (ou Héjina, fuga de Meca para Medina), usada nos países muçulmanos - início em 622 a.C..
Era Cristã - Foi Dionisio, o Pequeno (Cintia ou Armênia, fim do século V, traduziu para o latim numerosas obras gregas hagiográficas ou teológicas, reuniu uma coleção das Decretaes dos Papas de 398 a 498 d.C.), escritor eclesiástico o criador da Era Cristã, que segundo alguns estudiosos, esta balizada num erro histórico que jamais será corrigido. Em uma reportagem do O Globo de 29 de dezembro de 1996 a jornalista Leneide Duarte diz: “Robim Lane, autor do livro “Bíblia verdade e ficção” (Editora Companhia das Letras) e professor de história Antiga do New College, em Oxford afirma que “é justamente a morte de Herodes, O Grande, em 4 a.C. que propicia a volta da sagrada família para a Terra Santa depois da fuga para o Egito”, justamente para escapar ao massacre dos pequeninos ordenados pelo então rei dos judeus. O marco zero da Era Cristã foi um equívoco cometido por um monge chamado Dionísio, O Pequeno. Encarregado, pelo Papa no século V de fazer os cálculos para organizar um Calendário Cristão, Dionísio cometeu um erro de seis anos. Por isso segundo estudos de historiadores  agnósticos, já estamos vivendo o terceiro milênio (1997)”.
Prosseguindo Leneide Duarte conclue: “engana-se, contudo, quem pensa que essa discussão abala os fundamentos da fé cristã”. Já é praticamente um consenso entre teólogos e estudiosos da Bíblia que o ano zero não corresponde com precisão ao nascimento de Jesus, segundo o Padre Hortal:
- Nos Evangelhos não há data do nascimento de Cristo. A referência mais concreta e histórica é “no tempo de Herodes, O Grande  ou “no tempo de ressenceamento ordenado por Cesar Augusto”. Depois temos os dados do início da vida pública de Cristo no 15º ano do reinado de Tibério. Jesus deveria ter, segundo Lucas, em torno de 30 anos - informa o Teólogo”.
Universalmente usa-se a divisão cronológica: antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C. ou a.D. - Ano Domini)
“Cem anos significam um século. O primeiro século depois de Cristo, começa com o nascimento de Cristo e vai até o ano 100. De 101 a 200 é o século II. Basta somar uma unidade a centena de um ano para saber a qual século o ano pertence. Exemplo: 1977 - século XX ( 19+1= 20). Faça-se o mesmo com os séculos antes de Cristo exemplo: 730 a.C. - século VIII ( 7+1=8 ). Este critério não valem quando o ano em questão termina em dois zeros. Exemplo: 1900 é o século XIX e não o século  XVIII”.
Dez séculos ou mil anos formam um milênio. Um período de 25 a 30 anos corresponde a uma geração ( período em que os indivíduos passa a constituir famílias e gerar filhos). Um século engloba quatro gerações.
IDADE é o período ou espaço de tempo considerável durante o qual ocorreram fatos mais ou menos notáveis (Idade Média, Idade do Bronze, Idade do Ferro, etc....)
ÉPOCA, período de tempo cujo o começo é marcado por um fato importante de ordem física ou moral ( época do dilúvio, época do renascimento.) ou um acontecimento notável que se toma para origem de uma era ou para estabelecer divisões no estudo de diversos períodos ( época de Pericles, época de Augusto); Pode ser ainda um espaço de tempo que medeia entre duas eras o acontecimentos notáveis( a época das bandeiras, a época das cruzadas).
PERÍODO é o espaço de tempo ocorrido entre dois acontecimentos ou entre duas datas; determinado número de ano que serve para medir o tempo de modo diversos para cada Nação (o período Ático) ou mesmo um período indeterminado ( aquele período conturbado da vida Ateniense).
ETAPA é a parte de um processo que se realiza num só fôlego sem parar, completando um estágio.
FASE é um estado transitório menor que a etapa ou período. Também é um espaço de tempo entre duas épocas ou acontecimento.
HISTÓRIA - começa com aparecimento do homem sobre a Terra. A pré-história corresponde a um período que só pode ser reconstruído através de documentos não escritos.: instrumentos, armas, desenhos, pinturas, restos humanos, etc....
A história é reconstituída a partir de documentos escritos e começam a aparecer há  4.000 anos a.C. e  também a partir de documentos não escritos.
Divide-se a história em quatro períodos: Antigüidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
A Idade Antiga, corresponde a história do Oriente dos Gregos e dos Romanos e vai até as invasões bárbaras do século V: A data 476 ( fim do Império Romano do Ocidente) marcam o fim da Antigüidade.
A história Medieval, vai até o século XV. É o período que predomina o sistema feudal ou feudalismo da Europa. O ano 1453 assinala o fim da Idade Média, pois corresponde a tomada de Constantinopla (capital do Império Romano do Oriente) pelos Turcos e o fim da guerra dos Cem Anos.
A Idade Moderna termina em 1789 ou a revolução francesa.
A Idade Contemporânea, começou em 1789 e dura até hoje.

O Entrudo Europeu
Entrudo, do latim (intróitos), significa início, começo, abertura da Quaresma. É a forma grosseira, violenta e primitiva de brincar o Carnaval.
O ENTRUDO resultou das comemorações ligadas aos ciclos naturais do tempo, Surgiu das Bacanais e Saturnais, firmou nome no começo da oficialização do Carnaval Cristão, após 590 d.C.. O povo passou a comemorar o começo da QUARESMA, bebendo e comendo, para compensar o jejum. O ritual foi se tornando bruto e grosseiro, consistindo em espargir água e nela as pessoas banharem-se para purificar o corpo (mistura de práticas religiosas anteriores Judaicas - Hindus). Estava instituído o ENTRUDO entre os povos latinos e que durou de 10 a 12 séculos fortalecendo-se entre os anos 1200 a 1300.
Na Itália dos Médices o Entrudo existia na forma de “batalhas de gesso e de água que se incorporaram aos Carnavais antigos, quando máscaras e fantasias tomaram feições de costumes generalizados”.
Em Portugal o ENTRUDO atingiu o máximo de violência e falta de respeito, sobretudo durante os reinados de Afonso VI (1656-1667) e João V (1706-1750). De nada adiantavam as reações contrárias da Igreja criando o “Jubileu das 40 horas ”ou os editais de proibições de 1817 ou até o terremoto que quase destruiu toda Lisboa, em 1755, o ENTRUDO não diminuía. Somente ao final do século XIX houve uma reação mais efetiva contra o Entrudo com a criação de outras formas de brincar o Carnaval, como o avinhado Ché-Ché e o Zé Nabo do Norte (caricaturas de tipos populares), as cegadas (vários mascarados pedindo esmolas pelas ruas), danças de ruas, a paródia de Carnaval de José Augusto  - pregador de sermões com imitações burlescas, - e diversos mascaradas. Ou então, as batalhas de flores, ou as passeatas de carros alegóricos de grandes clubes.
 

O Carnaval  na  Renascença
Felipe, o Belo (1478 - 1505) costumava se mascarar no Carnaval. Carlos III, sofreu atentado no Carnaval, fantasiado de urso. O costume do uso de máscara se estendeu de tal maneira que, no século XVIII, em Veneza tornou-se, quase um hábito diário. O exagero chegou a tal ponto, com homens, mulheres e crianças permanentemente mascarados, que estimulou o crime. Os homens normalmente com longas capas e mascarados, ao praticarem um crime, impossibilitavam a polícia identificar os assassinos. Em conseqüência, o uso diário de máscara foi proibido. Os venezianos passaram a se mascarar só durante o carnaval, que, aliás chegava a durar um mês, ou, em festas e jantares, hábito este importado para a França.
O Carnaval italiano que chegou a ser o mais famoso da Europa foi descrito por GOETHE (Johann Wolfgan Von) (escritor e poeta alemão (Frankfurt, 1749 - Weimar, 1832), conselheiro político e econômico de Weimar, autor do Fausto e organizador oficial dos folguedos e mascaradas de corte) que viajou especialmente à Itália, em 1788 para assistir ao carnaval romano escrevendo a respeito um texto admirável, no livro Viagem à Itália:
“O Carnaval de Roma não é propriamente uma festa que se dá ao povo, mas que o povo dá a si mesmo”. E, descreve minuciosamente a espontaneidade da festa com batalhas de confete e disputas carnavalescas como a eleição pelos polichinelos de um Rei para rir. Chega ao coroamento do carnaval como a festa do fogo, “MOCCOLI”, na qual toda cidade se entregava aos prazeres do riso e da alegria. Os Dodger de Veneza faziam suas festas em gôndolas e salões durante o carnaval.
Peter Burke, em Cultura Popular na Idade Moderna descreve assim o Carnaval europeu: “a estação do Carnaval começava em Janeiro o mesmo crescia à medida que se aproximava a quaresma. O local do carnaval era ao ar livre, no centro da cidade, em Montepellier, Placê Notre Drame; em Noremburg, a praça do mercado em torno da prefeitura; em Veneza, Pizza San Marco, e assim por diante. O Carnaval pode ser visto como uma peça imensa em que as principais ruas e as praças se convertiam em palcos, a cidade se tornava um teatro sem paredes, e os habitantes eram os atores e os espectadores, que assistiam à cena de seus balcões. De fato, não havia uma distinção marcante, entre atores e espectadores, visto que as senhoras em seus balcões podiam lançar ovos na multidão abaixo e os mascarados muitas vezes tinham licença para irromper em casas particulares.
A ação dessa gigantesca peça era um conjunto de acontecimentos estruturados mais ou menos formalmente. Os acontecimentos de estruturação menos formal prosseguiam intermitentemente durante toda a estação do carnaval e se difundia por toda a cidade. Em primeiro lugar, havia consumo maciço de carne, panquecas e (países baixos), waffles que atingia o seu clímax na terça feira gorda, que na Inglaterra no século XVII era referida como ocasião de “tanto cozer e grelhar, tanto torrar e tostar, tanto ensopar e fermentar, tanto assar, fritar, pipocar, cortar, trinchar, devorar e entupir à tripa” forra que a gente acharia que as pessoas mandavam para a pança de uma só vez, às provisões de dois meses o que lastrearam suas barrigas com carne suficiente para uma viagem até Constantinopla ou às Índias Ocidentais. As bebidas também corriam. O povo cantava e dançava nas ruas - não que isso fosse incomum nos inícios da Europa Moderna, mas sim a excitação e algumas canções, danças e instrumentos musicais como o Rommelpot holandês, uma bexiga de porco esticada sobre uma botija com água pela metade. “Quando se enfiava  uma vara de junco no meio botija e se move entre o polegar e os outros dedos, o instrumento produz um som que não difere do emetido por um porco esfaqueado”, o povo usava máscaras algumas com narigões ou fantasias completas. Os homens se vestiam de mulher, as mulheres de homens, outros trajes populares eram os de padre, diabo, bobo, homens e animais selvagens, como por exemplo, o urso. Os italianos gostavam de se fantasiar com personagens da Commedie dell’arte e Goethe comenta ter visto Pulcinellas no Corso de Roma. Um inglês em Paris para o carnaval de 1786 escreveu que “Papas, Cardeais, Monges, diabos, cortesões, arlequins, magistrados, todos se misturavam numa mesma multidão promíscua. Bobos e selvagens corriam rua a fora batendo nos circunstantes com bexiga de porco, e até com varas. As pessoas atiravam farinhas umas nas outras, ou mesmo confeitos com forma de maçãs, laranjas, pedras ou ovos, que podiam estar cheias de águas de rosas”.
Houve um tempo, no entanto, na Europa, em que o deboche cedeu lugar ao tétrico e ao macabro, durante o Carnaval tornaram-se conhecidas as danças macabras da alta Idade Média, nas quais homens e mulheres desfilavam nos cemitérios diante da morte que ouvia suas queixas e depois passava a foice.
Durante o carnaval no reinado de Carlos VI (1711-1740) similar dança teve lugar, no cemitério dos inocentes. A moda da dança macabra este muito em voga na Alemanha e na Suíça, diz Melo Moraes Filho.
Em contrapartida, em 1815, os bailes de carnaval do teatro Ópera de Paris aconteciam na maior ordem com damas e cavaleiros fantasiados, sem nenhuma distorção da ordem ou do costume.
CAPÍTULO IV



CARNAVAL CONTEMPORÂNEO

( Do século XVIII ao século XX )
 
 

O Carnaval Contemporâneo começa a definir
    seu modelo com o surgimento da Industrialização
    no século XVIII, ganhando identidade própria, após
    o término da segunda Guerra Mundial, quando
    ocorreram na Terra, importantes, mudanças de
    ordem filosófica, moral e estética.
 
 

O QUARTO CENTRO DE EXCELÊNCIA DO CARNAVAL .
O quarto Centro de Excelência do Carnaval  se concentra no novo mundo, em especial, nos países onde as culturas negras mais atuaram: Brasil: Argentina, Colômbia e Trinidad Tobaco.
O epicentro do modelo se localiza no Brasil, especialmente, na cidade do Rio de Janeiro onde se realiza, o que se pode considerar o maior espetáculo audio visual do mundo, o desfile das Escolas de samba do Grupo Especial. Não é sem motivo que o Estádio, ícone do Carnaval Contemporâneo passou a ser conhecido internacionalmente como Sambódromo.
 

Características

Nos tempos contemporâneos, carnaval deixa de ser uma grande festa em que as principais ruas e praças se convertiam em palcos e a Cidade se tornava um teatro imenso, sem paredes, nas quais os habitantes eram ao mesmo tempo atores e espectadores (modelo clássico) para se enquadrar na velocidade do mundo pós-moderno.
Paul Virilio, arquiteto, urbanista, filósofo, escreveu em 1993 - Velocidade e Política -; Ensaios sobre dramologia e arte do motor ( Estação Liberdade ), nos dá uma visão das mais originais, do mundo pós-moderno. Hoje, movimento e velocidade, espaço e tempo, aceleração e desaceleração regulam as práticas políticas, sociais, artísticas e culturais.
O carnaval não podia deixar de sofrer a influência da “dromologia” ( do grego dromos, corrida e logos, ciência) por isso se transformou em paradas ( desfiles, espetáculos).
O carnaval Contemporâneo encontra  sua máxima expressão no ato do desfile, (espetáculo) atingindo o que Maffesoli diz: “Epifanizar as coisas, paramentá-las oferecê-las como espetáculo é, de alguma forma, celebrar o corpo social, por meio destes pedaços de matérias, que assim se tornam elementos da cultura, que no melhor sentido do termo, permite, funda e conforta, o estar junto social”.
Ao penetrar no mundo pós-moderno o carnaval se enquadra nas teorias do mesmo citado Michel Maffesoli: “a função essencial que pode ser atribuída à imagem, em nossos dias, é a que conduz ao sagrado. É de fato impressionante ver que, fora de qualquer doutrina, e sem organização, existe uma fé sem dogma ou antes, uma série de fés sem dogma” expressando de melhor forma o reencantamento do mundo que afeta, de diversas maneiras, todos os  observadores sociais. Falei, por meu turno, de religiosidade que contamina, de um em um, toda a vida social. De fato o que está em causa não é mais o domínio religioso, STRICTO SENSO, mais muitas outras religiões  “por analogia”  que poderão ser o esporte, os concertos musicais, as reuniões patrióticas ou mesmo as ocasiões de consumo. Ora, em cada um destes casos, e poder-se-ia multiplicar indefinidamente a lista, a religião é feita em torno de imagens que se partilham com outros. Pode-se tratar de uma imagem real, de uma imagem material ou mesmo de uma idéia em torno da qual se comunga, isso pouco importa. Em compensação, interesso-me aqui pelo fato de que essa cosa mentali possui uma eficácia que não se pode negar.
Ao comentar Durkheim, Serge Moscovici fala até mesmo de uma ressurreição da imago que vai agir em profundidade sobre o corpo social. Este poderia ser o emblema ou símbolo convencional, um signo em princípio banal, um objeto trivial, uma palavra anódina que, subitamente ou por ocasião de um rito particular, transformam-se em totens “imagens de coisas sagradas” (Durkheim).  Porém em um movimento de reversibilidade, subitamente essas imagens readquirem vida, e regeneram o corpo social: sociedade ou pequeno conjunto tribal que lhes servem de suporte. A bandeira “farrapo multicor” vai suscitar, naquele momento, um imenso sentimento coletivo. Aquela palavra, bastante comum, vai cumprir uma função signo, tornando-se meio de reconhecimento ou servindo de grito de união. Em cada um destes casos reforça o vínculo social, que assim readquire o seu vigor original”
O carnaval se enquadra nessa visão geral do mundo pós-moderno que segundo  Maffesoli renasce hoje em dia com a “barroquização do mundo”.
Ao analisar o descaso da intelligentzia  pelo estudo do carnaval na cultura contemporânea, o professor Dr. Lamartine P. da Costa conclui: “ isso por que os tempos pós-modernos - hoje tipificando tanto sociedades afluentes como pobres - privilegiam o  lúdico, a ironia e os sentimentos como rejeição à ordem nacional, ora em fase do esgotamento de suas possibilidades emancipadoras”. Este pressuposto é examinado, por exemplo por Douglas Kellner escrevendo para o público acadêmico dos (EEUU) (país de tradição carnavalesca apenas na cidade de New Orleans) sobre a evolução das idéias de Jean Baudrillard. Não confirmando o mérito do pessimismo radical do pensador francês quanto as conseqüências do fim da modernidade, Kellner insiste na expressão “The post-modern carnival” ao sintetizar as características de perdas das referências centrais do pensamento ocidental e da decadência da representação, quer nas artes como nas ciências sociais (Kellner D. Jean Baudrillard - Fron Marxism to post modernison and Beyond”  Stanfort University Press Stanfond, 1989 - pp 91- 121).
De fato, o carnaval pós-moderno não é apenas uma figura de estilo no texto em exame, já que se pervertendo o sentido clássico de representação, cresce a reversão de papéis sociais e a autoreferenciação dos indivíduos. Além disso, aumenta a suspeita sobre os métodos de geração do conhecimento científico que traduziriam sobretudo o interesse narcisístico dos pesquisadores sociais. Ou seja: nada mais típico de carnavalização do que a inversão dos atores sociais e o tratamento irônico do uso do poder pela autoridade.
Diz, então Kellner, conclusivamente ao ligar as ideais de Baudrillard do carnaval:
“Como Nietzsche, ele quer extrais valores de ordem das aparências, sem apelos ao mundo sobrenatural ou à realidade profunda. Como Nietzsche ele apela para os valores aristocráticos, privilegiando o desprendimento, a competição, a sedução, o ritual e outros. Contudo, diferenças significantes de Nietzsche emergem. Baudrillard., assim sendo, diverge do vitalismo e da celebração da vida e do corpo gerando alma atmosfera de melancolia (Kellner, D. -”Jean Baudrillard - From Marxisen to Pos Moderniom and Beyond” Slanfort University Presse, Stan form, 1989 pp’ 120’).
Nestas palavras reside mais uma versão da chamada “controvérsia do pós-moderno” envolvendo a ambivalência da cultura de nossos dias - mediática na sua essência que se mostra tanto repressora como emancipadora. Por isso, certos cientistas sociais e filósofos contemporâneos, como Habermas, defendem a manutenção dos valores universais garantidores da liberdade, ao passo que outros, destacando-se Lyotard, inclinam-se para o relativismo, este sim a expressão real da liberdade em meio ao domínio da mídia e dos computadores.
Enquanto a disputa se prolonga, o que permanece constante é a mudança cultural que independente de ser pós-moderna ou pertencer a uma pretensa modernidade tardia, exibe uma inequívoca ludicidade, uma preocupante descontinuidades fragmentária dos fatos sociais e uma temerosa tribalização dos  grupos humanos, diante de um mínimo de ordem social necessária. Juízos de valor a parte, o que está em jogo mais uma vez na história é a sombra de Dionisos sobre Apolo, isto é, sentimentos e paixões estão sendo revigorados diante da ordem societária agora com uma cumplicidade inesperada e inédita: a da tecnologia.
De resto como diz Maffesoli sociólogo francês que se insere na corrente otimista da pós-modernidade, as sociedades ao tomarem conhecimentos de si derivam para uma “desordem de paixões” e o sentido orgiástico penetra em todas as instâncias da vida social. Nestes termos a estética dá o estilo das relações sociais, inclusive regulando atitudes éticas. Em última instância trata-se da carnavalização da vida cotidiana em que o carnaval, propriamente dito, generaliza-se por secularização.
O que persiste como resquício portanto, é a celebração cristã do carnaval, que na verdade consiste numa herança pagã em que se festejavam deuses (Dionisos entre os Gregos e Saturno e Bacco na antiga Roma). Em outras palavras estamos hoje progredindo para uma cultura carnavalesca em que o ritual dissolve-se hábito. Evidencia-se isso especialmente no Brasil dos últimos anos, onde o carnaval tem se modificado em diversos meses do ano, abandonando seu período fixo na quaresma”.
A ligação da teoria de Maffesoli com o carnaval é testemunhada pelo professor Dr. Luis Felipe Baeta Neves: “Michel Maffesoli, em seu último livro “A Transfiguração do Político” diz:  “entendo estética, no sentido mais próximo de sua etiomologia, de sua origem, o fato de experimentar emoções, sentimentos, paixões comuns e isto nos domínios diversos da vida social”. “É importante ressaltar isso, porque esta definição não tem nada a ver com a definição corrente de estética: o fato de as pessoas poderem experimentar, em algumas circunstâncias uma paixão que as una, seja no carnaval seja em outras situações, isso não acarreta necessariamente uma permanência estética. Como estética Maffesoliana pode variar e deve variar, e como ela fala da comunhão social das pessoas, e esta comunhão pode ocupar outros continentes, seriam importante articular isto com o fenômeno do carnaval e da estética da Escola de Samba.
Para a perspectiva Maffesoliana, a estética não funde uma moral no sentido da moralidade, de fixo, mas no sentido de formação codificada de sentimentos comuns de um grupo em uma determinada circunstância. Em geral, a sociologia se ocupa pouco disto. Maffesoli expressamente se preocupa em mostrar a sociedade nos momentos em que ela se une, momentos aparentemente efêmeros, como os dos jogos da liturgia, da festa, de orgia”.
 
 

O Carnaval  no  Mundo

Veneza e Roma
Muitos historiadores afirmam que o verdadeiro carnaval nasceu na Itália com bacanais, lupercais e saturais de Roma. A própria origem da palavra é italiana. Conta-se que, ao tempo em que a Igreja ainda não havia adotado integralmente o carnaval, no século XV, o papa Paulo II, entediado com a única beleza parada que lhe chamava a atenção - a visão permanente da Via-láctea que aparecia em frente à sua residência oficial, estimulou o carnaval.
O carnaval veneziano foi um dos mais alegres e fortes do mundo. Bailes e festas se desenvolviam durante uma semana nas praças, ruas, e, sobretudo, nos diversos canais, repletos de Gôndolas enfeitadas e com sofisticadas decorações criadas especialmente para a festa. Teatros e casas as mais diversas, abertas durante 24 horas, atraiam os mais variados tipos de espectadores. A história registra que o primeiro carnaval veneziano ocorreu em 1420 para comemorar a vitória de Veneza sobre Aquiléia : a realização de um desfile satirizando os derrotados.
No início do século XVIII, incorporou-se à festa carnavalesca a tradição do corso de Gôndolas.  As mais tradicionais famílias participavam do alegre cortejo que seguia o grande canal, ao som de trombetas, até o jardim zoológico da cidade, onde se realizava um grande carnaval.
Quando Veneza foi anexada à Áustria, o carnaval enfraqueceu. Mas quando se deu a libertação do domínio austríaco em 1866, foi realizado  maior carnaval de todos os tempos, voltando esses festejos a ter o mesmo brilho e entusiasmo de sempre. Posteriormente o carnaval de Veneza voltou a se enfraquecer a ponto de quase desaparecer.
O mesmo aconteceu com a cidade de Roma que também outrora possuía um dos mais fortes carnavais da Europa.
Atualmente, as cidades Italianas que possuem maiores carnavais são Viareggio, Cento, Putignano e Verres com desfiles de carros alegóricos e alegres brincadeiras (1997).

Nice
O carnaval de Nice é um dos mais conhecidos e animados carnavais europeus, e tem seus pontos de maior atenção nos desfiles de corsos, nas batalhas de confete e nos espetáculos de marionetes e de teatro de rua. O corso, que apareceu pela primeira vez, em 1882, é formado por um grande cortejo, onde se destacam o Rei Momo e seu grupo de cortesões acompanhando de um séquito de 5 mil crianças, 20 carros alegóricos e 800 máscaras gigantescas representando personagens conhecidos da cidade. No último dia de carnaval acontece o cortejo de incinerações. As máscaras e bonecos são queimados na praia, e há um espetáculo de fogos de artifício, marcando o fim das festividades. Na avenida Atlântica de Nice, na Promenade de Anglais, são organizadas as famosas batalhas das flores,  compostas pelo cortejo de inúmeros carros alegóricos, cheios de bonitas garotas, entre elas a rainha do carnaval, que passam jogando milhares de buquês de flores para o público. Cerca de 10 toneladas de flores são distribuídas pela prefeitura. O carnaval de Nice tem um calendário dilatado, de 15 de fevereiro a 4 de março.
Em fevereiro, data previamente marcada, ocorre o carnaval dos carnavais, uma reunião de representantes de Blocos e conjuntos folclóricos de todo lugar do mundo onde existe carnaval. Esse evento é transmitido pela Eurovisão.
O carnaval de Nice também atualmente (1997) se encontra enfraquecido.

Binche
Várias cidades da Bélgica, como Eben-Emael, Stavelot, Malmedy e Fosse-la-Ville, comemoram alegremente o carnaval com bailes e desfiles  mas nenhuma se compara a Binche, uma cidade de 10 mil habitantes bem perto de Bruxelas (a 50 Km).
Binche fundada há 8 séculos tem uma grande importância histórica devido `a sua posição estratégica. Inclusive sua tradicional fortaleza se transformou num atrativo turístico e seu carnaval numa festa prolongada por 7 semanas, com um pré-carnaval e o carnaval propriamente dito. Em Binche não existem hotéis, mas como as distâncias são curtas os visitantes e turistas se hospedam em cidades vizinhas como Moris, que fica somente a 16 quilômetros.
O pré-carnaval em 1990 se iniciou no dia 14 de janeiro, domingo, e teve prosseguimento dia 21 de janeiro, também domingo, quase apenas as baterias das 13 sociedades lá existentes deram uma demonstração, apresentando-se sem fantasias em suas sedes.
O carnaval propriamente dito começou no domingo, dia 25 de fevereiro, quando as 13 sociedades saíram às ruas, às 10 horas da manhã, para exibirem as fantasias, conservadas até então sob sigilo.
Em Binche está localizado o Museu Internacional do Carnaval e da Máscara, à rua de L’Eglise, 71 - Telefone : 064/335741. O carnavalesco João Trinta fez um trabalho (Exposição) no referido museu.

Basiléia
Em Basiléia, cidade suíça que fica na fronteira da França com a Alemanha, cortada pelo Rio Reno e que possui 200 mil habitantes, faz o maior carnaval do país, o Fasnacht que acontece nas segunda e terça feira seguintes à quarta-feira de cinzas. A festa começa na madrugada de segunda-feira com bandas, instrumentos de percussão e flautas. Todos se fantasiam, mascarados e com pequenas luzes nas cabeças, tocando músicas inusitadas.
 Os grupos formam as bandas e desfilam a tarde, com temas escolhidos anteriormente, e satirizando um fato conhecido de todos. Os cortejos são compostos por pessoas fantasiadas, alegorias e máscaras gigantescas. Durante os desfiles são distribuídos folhetos com textos em prosa e verso, que explicam os objetivos do grupo. Nas noites festivas ha também encenações feitas por pequenos grupos os schnitzelpangg que andam de bar em bar cantando e representando. Espécies de blocos de sujos, sem outro objetivo a não ser fazer barulho e brincar, saem desordenadamente pelas ruas estreita da cidade antiga na noite de terça-feira formando o “gassle” que só acaba às 4 h. da madrugada de quarta feira.
 Quando ocorre o carnaval, é inverno. E a temperatura média na cidade é de 5 graus.
 

Bonn
Em Bonn, importante cidade alemã, acontece o chamado carnaval das mulheres, o weiberfastnacht, uma tradição que remota ao século XIX. Esse carnaval, único com essas características no mundo, teve início na pequena cidade de Benel, quando as lavadeiras criaram um movimento que pode ser considerado precursor da emancipação feminina : em certo dia do ano as mulheres tinham liberdade de fazer tudo. Em 1824, a sofisticação do movimento chegou a tal grau que foi criado o comitê dos foliões femininos, ao qual o homem ficava subjugado.
Outro acontecimento importante do carnaval de Bonn, e também da região da Renânia, é o “Rosenmontag”, um carnaval onde se organizam desfiles com pessoas fantasiadas com roupas militares. Máscaras escondem o rosto de todos, pois há uma crença que o diabo, nessa época, fica solto por toda região, onde fica a “floresta negra”, cada grupo cultiva uma forma de tradição, por isso as fantasias variam muito.

Nova Orleans
Em Nova Orleans acontece o maior carnaval norte-americano, o Mardi Grass. O Mardi Grass que significa terça gorda, se iniciou quando negociantes fundaram o clube “The Mystick Krewe of Comus”, em 1857, e fizeram um desfile com monumentais carros alegóricos, tendo à frente negros com archotes (na terça-feira de carnaval). Na primeira década deste século formou-se o “Krewe of Rex” que desfilou para o Grão-Duque da Rússia. 
 Durante o Mardi Grass, mais de 50 agremiações desfilam pelas ruas da cidade, os bares ficam o tempo todo abertos, e são tomados por multidões com os mais exóticos trajes, que bebem e saem as ruas fazendo a maior algazarra nas passagens das agremiações. O ponto de encontro do carnaval negro é a Av. Clair Borne, onde se espalham as mais exóticas tribos, com elaboradas e esquisitas fantasia. O monarca da festa é o Rei ZULÚ. Ha uma mistura de ritmos de origem negra.
Os locais dos desfiles são amplamente divulgados pelos jornais.  O mais importante se estende da ST. Charles Avnue à Canal Street. Uma das agremiações mais conhecidas é a Bacchus que se apresenta com gigantescos e originais carros alegóricos. Outra agremiação bastante conhecida é a Endymion.
 

Outros Carnavais no Mundo

Tirana, Albania; Corrientes, Argentina; Aruba; Barbados; Cuba; Oruro, Colombia; Malta; Macedonia; México; Torres Vedras, Portugal; Romenia; Eslovenia: Suécia; Iugoslávia; Uruguai; Grécia; Hambugen, Cologen, Alemanha; etc.
BIBLIOGRAFIA

- Escolas de Sambas em desfile - vida, paixão e sorte - Poligrafia Editora. Ltda - Rio de Janeiro, 1969.
-Panorama da Música Popular Brasileira - Ari Vasconcelos - Livraria Martins Editora, - 2 vols. - São Paulo, 1964
- O Rio da Bela Época - Carlos Maul - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1967.
-Música do Rio de Janeiro Imperial,  Nepomuceno, Nazareth, Rio Musical  - Diversos catálogos - MEC - Rio de janeiro, 1963, 1965
-Ary Barroso, um turbilhão - Dalila Luciana - Livraria Freitas Bastos -3 volumes - Rio de Janeiro, (1970)
- O carnaval carioca através da música - Edigar de Alencar - Livraria Freitas Bastos - Rio de Janeiro, 1965.
- Nosso Sinhô do Samba - Edigar de Alencar - Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1968.
- O negro no Brasil - Edison Carneiro  - Vários autores - Civilização Brasileira - Rio de janeiro, 1940
- Samba de Umbigada - Edison Carneiro - MEC - Rio de Janeiro, 1961
- Uma festa brasileira - Ferdinand Denis - Epasa - Rio de Janeiro, 1944
- A canção popular brasileira em três tempos - Gumercindo Saraiva - Saraiva - São Paulo, 1968
- Sua Excelência o samba - Henrique L. Alves, Editora I.L.A. Palma - São Paulo, 1968
- Noel Rosa e sua época  - Jaci Pacheco - G.A. Pena, Editora -   Rio de Janeiro, 1955.
- O samba agora vai... - José Ramos Tinhorão -  J.C.M. Editores -  Rio de Janeiro, 1969
-Pequena história da música popular - José Ramos Tinhorão - Editora Vozes Ltda - Petrópolis, 1974
-Ameno Resedá, O Rancho que foi Escola - Jota Efegê - Editora Letras e Artes - Rio de Janeiro, 1965
 
 - O folclore do carnaval; do Recife -  Katarina Leal - Companhia de Defesa do Folclore - Rio de Janeiro, 1967
-Sambistas e Chorões  - Lúcio Rangel  - Livraria Francisco Alves, São Paulo, 1962

-Escolas de Samba - Luis D. Gardel - Livraria Kosmos - Rio de Janeiro, 1967.
-Costumes Africanos no Brasil - Manuel Querino - Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1938.
- O Samba Rural Paulista - Mário de Andrade - Departamento Municipal de Cultura - São Paulo, 1937
-Música do Brasil - Mário de Andrade - Editora Guaira Ltda -  Curitiba, 1941
-Brasil Pandeiro - Mário Filho - Gráfica Editora Santa Cruz Ltda - Recife, 1965
-Brasil Sonoro - Mariza Lira - Editora A Noite -  Rio de Janeiro, s/d (1938)
-Chiquinha Gonzaga - Mariza Lira - Livraria Jacinto Editora - Rio de Janeiro, 1939
- Cordão da Bola Preta -Maurício Figueiredo- Edição de Comércio e Representações Bahia, Rio de Janeiro, s/d (1967)
 
 - Festas e tradições populares do Brasil - Melo Moraes Filho - H.Gamês -Livreiros Editores - Rio de Janeiro, 1901
- O Rio de Janeiro - Moreira de Azevedo - 2 volume - B.L.Garmês - Rio de janeiro, 1877
- 1965 - Rio Carnaval Rio - 1965 - Nelson Costa - Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1933.
- Samba - Oreste Barbosa - Livraria Educadora - Rio de Janeiro, 1933
- Carmen Miranda - Queiroz Junior - Comp. Brasileira de Artes Gráficas - Rio de Janeiro, 1936
- História Social do Frevo - Rui Duarte - Editora Leitura - Rio de Janeiro, s/d (1969)
- As Escolas de Samba  - Sérgio Cabral -  Editora Fontana Ltda - Rio de Janeiro, 1974.
- Cantos Populares do Brasil - Silvio Romero - Livraria José Olímpio Edif. - Rio de Janeiro, 1954.
- Na Roda do Samba -  Vagalume (Francisco Guimarães) Rio de Janeiro, s/d
- Antologia do Carnaval  - Wilson Lousada - Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1945.
- Música Popular Brasileira - Oneida Alvarenga - Editora Globo - 1950.
- Dicionário do Folclore Brasileiro  - Luiz da Câmara Cascudo - Inst. Nac. do Livro -MEC - Rio de Janeiro, 1954
- Memórias da Cidade do Rio de Janeiro - Vivaldo Coaracy - Livraria José Olímpio Editora - 1955.
- 150 anos de Música no Brasil - Luiz Heitor - Livraria José Olímpio Editora - 1956
- Festas e Tradições Populares do Brasil - Melo Morais Filho -  1946
- Efemérides Cariocas  - Roberto Macedo - Cia Brasileira de Artes Gráficas - 1943
- O Folclore Negro no Brasil- Arthur Ramos - Livraria Editora Casa do Estudante do Brasil - 2º-edição - 1954.
- Samba, O Dono do Corpo - Muniz Sodré - Editora Codecri - Rio de Janeiro, 1979.
- O Jongo- Maria de Lourdes Borges Ribeiro - Separata da Revista arquivo no CLXXIII, Secretaria de Educação e Cultura, Divisão de Arquivo Histórico - São Paulo
- Danças Dramáticas do Brasil - Mário de Andrade - 3 tomos - Livraria Martins Editora.
- História do Carnaval Carioca - Eneida - Editora Record.
- Memórias do Café Nice - Nestor de Holanda - Editora Conquista
- Figuras e Coisas do Carnaval Carioca -  Jota Efegê - Editora Funart
- Salgueiro, Academia do Samba - Haroldo Costa - Editora Record
- Carnaval, da Redutora à Praça do Apocalipse  - Roberto Moura
- Uma História de Vida- Chiquinha Gonzaga / Edinha Diniz - Editora Codecri - 1984
- O Palácio do Samba- Estudo antropológico da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira.
- Na Rolança do Tempo - Mário Lago - Editora Civilização Brasileira
- Serra, Serrinha, Serrano: O Império do Samba - Rachel e Suetônio Valença - Editora Livraria José 
 
 - Samba e Cultura - Jornal da AESRJ , 1969
- Filho de Ogum Bexiguento - Marília T. Barbosa da Silva, Artur L. de Oliveira Filho.
- Candeia - Luz da Inspiração - João Baptista Vargens - Editora Funart - 1979
- Escola de Samba -Árvore que esqueceu a Raiz - Candeia e Isnard
- Notas Musicais Cariocas - João Batista M. Vargens - Organizador Editora Vozes - 1986.
 
 - Natal, O Homem de um Braço Só- Hiram Araújo e Amaury Jório - Editora Guavira - 1975
- Panorama da Música Popular Brasileira- Ari Vasconcelos - Editora Martins.
- Sambistas Imortais - J. Muniz Junior
- Panorama do Samba Santista - Co -Edição Imples e Cly - São Paulo - 1976.
- Do Batuque à Escola de Samba - J. Muniz  Junior - Editora Símbolos.
 
 - Samba e Cultura - Editora Especial AESCRJ
- Música Popular - Um Tema em Debate - José Ramos Tinhorão - JCM Editores.
- Paulo da Portela- Traço de União entre duas Culturas - Marília T. Barbosa da Silva, Lygia Santos - Editora MEC/FUNARTE.
- Carnavais e Guerra- O Nacionalismo no Samba - Dulce Tupy - Editora ASB Artes Gráficas e Ed. Ltda
- Do Jongo ao Samba de Enredo- Silas de Oliveira - Marília T. Barboza da Silva, Lygia Santos - Editora MEC/FUNARTE.
- A Liberdade do Ver - Artur da Távola - Editora Nova Fronteira
- Informação, Linguagem, Comunicação - Décio Pignátari - Editora Perspectiva - São Paulo
- O Canto da Amazônia- Waldemar Henrique -Cleber Filho - Editora MEC/FUNARTE
- Campos: 50 Anos de Carnaval - Jorge da Paz Almeida - Editora Promo - Campos - RJ.
 
 - Brasil, Os bastidores do Carnaval - Betty Milan - Woutre Editora Linda
- Literatura Oral no Brasil- Luiz da Câmara Cascudo - Editora Itatiaia Ltda
- É Hoje - Lan e Haroldo Costa
- Influência Negra na Música Popular Brasileira- Boletim Latino Americano de Música, Rio de Janeiro - 1946 - no 06, torno IV.
- Pequena História da Música- 7a Edição - São Paulo - Livraria Martins - Editora MEC 1976.
- As Américas Negras - Roger Batista - São Paulo - Difel USP 1974.
- Figuras e Coisas do MPB - Jota Efegê - Rio de Janeiro, Editora MEC - 1978
- Contribuição Bantu na MPB - 1º Edição - São Paulo, Global Editora.
- Rostos e Gostos da MPB - Tarik de Souza e Elias Andreato - Porto Alegre, LPM Editora - 1978.
- Simulacros e Simulação  - Jean Baudrillard - Editora Antropos - 1991
 
 - História Antiga e Medieval - José Jobson A. Arruda - Editora Ática - 2a Edição
- Carnaval Carioca, dos Bastidores ao Desfile - Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti - Editora UFRJ  MINC/FUNARTE - 1994
- SAMBA, O Dono do Corpo - Muniz Sodré - Editora Codecri Ltda - 1979
- A História Antiga - Paul Petil - Editora Difel - 1979
- O Mundo Egípcio - Deuses - Tempos e Faraós  -  John Baines, Jeromir Malek - Volume II - Editora del Prado.
 
 - Grécia - Berço do Ocidente - Peter Levi - Edições del Prado - Volume I.
- A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento - O contexto de François Rabelais, Mikhail Bakhtin - Editora Universidade de Brasilia - 1993
- Estética da Criação Verbal -Mikhail Bakhtin- Livraria Martins Fontes Editora Ltda
- Dança do Samba- Exercício do Prazer - José Carlos Rêgo - Aldeia Editora e Gráfica Ltda - 1994
 
 -  A História das Sociedades - Das Sociedades Modernas as Sociedades atuais- Rubim Santos Leão de Aquino Francisco, Jacques Moreira de Alvarenga, Denise de Azevedo Franco, Oscar Guilherme Pahl Campos Lopes - Editora Livro Técnico S.A.
- O Samba no Morro, a Sociedade ou A Imaginação Social e Política dos Sambas de Enredo das Escolas de Samba Cariocas - Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Luis Felipe Baeta Neves - 1972.
- No Batuque à Escola do Samba - J. Muniz Junior - Editora Símbolo
- Mitologia Grega - Junito de Souza Brandão - Editora Vozes Ltda - Volumes I, II, III - 1992.
 
 - O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo - Friedrich Nietsche - Editora Companhia das Letras - 1992.
- A Cultura Popular na Idade Moderna - Peter Burke - Editora Companhia das Letras

- Engrenagens da Fantasia: engenharia, arte e convivência - Hamilton Moss de Souza - Coleção Terra Brasilis - Bazem das Ilusões - 1989.
 
 - A Contemplação do Mundo - Michel Maffesoli - Artes e Ofícios Editora Ltda - 1995.
- Nova Mitologia Grega e Romana, P. Commelin, F. Briguiet Editores - 1947
- Liberdade de Ver - Artur da Távora - Editora Nova Fronteira - 1984
 
 - Escola de Samba, Ritual e Sociedade - Editoras Vozes - 1978
 
 - Informação, Linguagem, Comunicação - Décio Pignatari - Editora Perspectiva
 
 - Ensaios Antropologia Estrutural - Roberto da Matta - Editoras Vozes - 1977.






Nenhum comentário:

Postar um comentário