Jesus e a Oração
Lucas
9: 28-36
Jesus não precisava orar,
mesmo assim dedicou grande parte de seu ministério à oração, Lc. 22: 41; não
precisava jejuar, mas absteve-se de alimentos por quarenta dias no deserto,
Mt. 4: 2. Não precisava ler a Lei, pois Ele mesmo era a Palavra viva, mas
leu-a na sinagoga, Jo. 5: 24. Com isso, o Senhor estava ensinando-nos os mais
altos valores e caminhos da vida devocional, através dos quais alcançamos
nossa comunhão e relacionamento com Deus.
I - JESUS VALORIZOU A
ORAÇÃO
Jesus pontilhou seu
ministério com muita oração, a mais pura e genuína intercessão que jamais se
viu. Vemos Jesus enfatizando a validade da oração em várias circunstâncias:
a)
Em Lucas 11: 5-8,
Ele cita uma curiosa parábola, conhecida como a do amigo importuno, onde o
tema central é a oração. Uma pessoa vai à casa do amigo, à meia-noite,
pedir três pães emprestados. Jesus
está querendo ensinar dois fatores. Primeiro, acreditar que o amigo era o
meio para a solução do problema, que tinha os pães e que iria atendê-lo;
segundo, ser persistente, perseverante, fazendo constranger o coração do
benfeitor, como conclui o verso 8: se o amigo não se levantar para atender,
levando em conta a amizade, o fará por causa da importunação, atendendo
prontamente.
b)
Em João 11: 41-42,
no episódio da ressurreição de Lázaro, temos outro relevante seguimento da
oração. Jesus exalta a necessidade de convicção que se deve ter ao fazer a
petição. Note que Ele afirma “Pai, graças te dou porque me ouviste”.
Ao orar, estamos acreditando
sinceramente que estamos sendo ouvidos. Jesus se torna mais enfático quando
enriquece seu diálogo com o Pai, ao dizer: “Eu sabia que sempre me ouves”,
referindo-se à certeza inabalável de que se traduz a oração.
c)
Deus deseja atender-nos.
Isaías, o profeta messiânico, se mostrou um habilidoso ministro na oração,
quando afirmou que “a mão do Senhor não está encolhida para que não possa
salvar, e nem surdo o seu ouvido para que não possa ouvir”, Is. 59: 1. Assim,
ele termina por se mostrar conhecedor do Deus que servia, e da presteza dEle
em ouvir nossos rogos.
II - JESUS ENSINOU A
ORAR
Os discípulos pediram:
“Senhor, ensina-nos a orar”, Lc. 11: 1. E Ele formulou a chamada oração
dominical de Mt. 6: 9-13. Ela serve de modelo.
a)
A fórmula da súplica.
Embora isso não seja fundamental, há quem trate a FORMA da oração com certo
rigor. É verdade que a oração, por ser um pedido, precisa ter uma
estrutura. Iniciamos a oração
dirigindo-nos sempre ao Pai e a encerramos pedindo e agradecendo, em nome de
Jesus, conforme Jo. 14: 13.
b)
Evitar as ladainhas.
Em Mt. 6: 5-8, Jesus explica que, quando fôssemos orar, evitássemos
repetições enfadonhas, tipo ladainhas cansativas, e nos mantivéssemos sóbrios
na fala, ou seja, conscientes do que estamos pedindo. O perfil ou a característica
da oração demonstrada aqui é a do raciocínio.
c)
Hinos podem ser oração.
Não somente as orações faladas alcançam o trono de Deus, mas também os nossos
cânticos e as nossas mais diversas formas de louvor. Uma letra cantada,
individualmente ou por todos os congregados, se estiver sendo entoada de
coração e em espírito, constitui-se numa oração fervorosa e inflamável,
gerando uma combustão instantânea ao redor de todos, e fazendo mover o braço
do Senhor. Os filhos de Coré cantaram: “A noite, a sua canção estará comigo;
uma oração ao Deus da minha vida,” Sl. 42: 8.
Notemos o que Jesus ensinou
sobre a oração:
a)
Postura do corpo.
A posição do corpo, gestos, altura da voz em nada influem na oração. Deus
conhece as intenções de todos os que
dEle se aproximam. Os discípulos estavam assentados quando veio sobre eles o
Espírito Santo, Atos 2: 2. Ana falava baixinho com Deus, I Sm. 1: 13.
b)
Intimidade com Deus.
No mesmo texto de Mt. 6, Jesus está abolindo a intermediação do sacerdote.
Ele veio revelar um Deus que atende a cada um individualmente. Entrar no
quarto, fechar a porta significa estar a sós, com o Senhor. O salmista
confirma isto, muito antes de Cristo ter vindo declarando: “A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo: quando irei e me verei perante Deus? Sl. 42: 2.
c)
Humildade.
Outro apecto do ato de orar ensinado por Jesus é a humildade. Existem orações
abusivas, arrogantes e altivas, do tipo daquela feita por um dos malfeitores
na cruz, ao lado de Jesus: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós
também”, Lc. 23: 39. Não deixou de ser uma oração, por trazer um pedido de
socorro, e ser dirigida a quem se poderia pedir. Sua forma, porém, estúpida e
petulante não mereceu qualquer intervenção do Mestre. Já o segundo malfeitor
corrigiu a maneira grosseira do companheiro e se dirigiu a Jesus
humildemente, dizendo: Jesus, “lembra-te de mim, quando vieres no teu reino”.
Observe que o primeiro pediu a salvação do corpo; queria evitar a dor da
morte, enquanto que o segundo, pedia para que fosse apenas lembrado, na
eternidade por Jesus.
Concluindo,
o que desejamos é que nossa oração seja eficaz, seja atendida pelo Senhor.
Tiago com entusiasmo afirma: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos
outros para que sareis. Muito pode, por sua eficácia a oração de um justo.
Tg. 5: 16. Guardemos dentro de nós estas orientações e nos unamos no
propósito da oração, aprendendo com Jesus uma intimidade séria, produtiva e
compensadora.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário