MATEUS 19.9 APROVA O DIVÓRCIO E A REALIZAÇÃO DO SEGUNDO CASAMENTO, MESMO SE UM DOS CÔNJUGES ESTIVER VIVO, CASO HAJA OCORRIDO ADULTÉRIO?
O texto supracitado, diz: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
Não há aprovação de Cristo para o divórcio e o novo casamento nessa passagem. Jesus quis-nos dizer que Moisés, e não Deus, permitiu a carta de divórcio por causa “da dureza de coração” do povo (Mt 5.31,32; 19.8; Mc 10.5). Se um israelita casasse e percebesse que a parceira havia sido infiel, passando-se por virgem, era-lhe permitida a carta de divórcio, pois houve fornicação (sexo antes do casamento), quebrando a fidelidade ao futuro cônjuge: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa (Dt 24.1). Assim, Cristo advertiu que a pessoa tem o direito de repudiar – abandonar, separar legalmente do cônjuge, caso descubra um ato de traição por meio da prostituição, sem, contudo, casar com outro. O contexto esclarece: “... [aquele que] casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19.9). Por essa razão, os discípulos se assombraram a ponto de expressar que melhor seria o homem não contrair matrimônio: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar (Mt 19.9). Jesus, porém, disse-lhes: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido (Mt 19.10). Isto, porque, mesmo após uma traição, o homem deve permanecer na mesma condição de um solteiro: sozinho! Se, num caso desses, Jesus permitisse um novo casamento, não haveria espanto da parte dos discípulos, visto que achariam normal coabitar com outra mulher. Houve perplexidade a ponto de manifestarem a continuidade da vida de solteiro, já que não poderiam casar novamente. Há texto mais claro que esse?!
Na passagem paralela de Marcos 10.11,12, Jesus assevera: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera. Paulo aconselha que numa situação de traição — infidelidade mediante a prostituição, igualmente explica Mateus 19.9 — “a mulher não se aparte do marido”, também, em caso de abandono, é dito: “Se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão” (1Co 7.15); entretanto, exprimiu: mas, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie (1Co 7.10,11), pois, enquanto viverem, um está ligado ao outro (1Co 7.39). O novo casamento só é liberado com o falecimento de um dos cônjuges, logo, ficará livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor (1Co 7.39). De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido (Rm 7.3), e não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos... nem os adúlteros... herdarão o reino de Deus (1Co 6.9,10).
A Bíblia interpreta a própria Bíblia: “Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali” (Is 28.13). As passagens de difícil interpretação nas Escrituras Sagradas, como Mateus 19.9, devem ser interpretadas à luz de textos bíblicos do mesmo assunto, cuja clareza iluminará e explicará as dificuldades de passagens obscuras, e não separar um texto bíblico obscuro e fazer dele um baluarte a fim de apoiar o divórcio. Mais de 12 versículos, em 5 livros do Novo Testamento, proíbem, sem rodeios, o divórcio para a feitura de uma nova união. Deus não pode mentir (Tt 1.2). Ele não mudou, “pois o Senhor Todo-Poderoso de Israel diz: — Eu odeio o divórcio; eu odeio o homem que faz uma coisa tão cruel assim. Portanto, tenham cuidado, e que ninguém seja infiel à sua mulher” (Ml 2.16 – NTLH). Portanto, a realidade de Mateus 19.9 é outra, e ponto final!
6. O DEVER DE PERDOAR
Em ocorrência de adultério, caso um deles não queira ficar sozinho, a fim de não deturpar a Palavra de Deus, porquanto não poderá casar-se novamente enquanto o consorte viver (Mc 10.9-12; Rm 7.1-3; 1Co 7.10,11,39), ainda há a chance de um perdoar o outro e tudo se normalizar (Mt 6.14,15).
Mesmo diante da infidelidade de Israel, Deus o atraiu com Seu amor eterno (Jr 31.3). Nosso Senhor, por incondicional amor, chamou Seu povo, estando este em adultério (Jr 3.1), e ainda revela Seu amor em perdoar os constantes pecados da humanidade.
A atitude do marido ou da mulher traída deve ser, antes de tudo, perdoar. O divórcio não é uma carta branca para guardar mágoa, ira, ressentimento, nem tampouco casar-se de novo, uma vez que irá contra a vontade do Altíssimo. independentemente da atitude a se tomar, o consorte traído é obrigado por Deus a perdoar (Mt 18.32-33).
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