quinta-feira, 23 de julho de 2015

CONHECENDO A IGREJA DO VÉU(joão 8;32)(seitas e hérasias)



José Amaral nasceu em Buri, São Paulo, em 21 de setembro de 1927, num lar presbiteriano, quando, no ano de 1933, seus pais passaram para a Congregação Cristã no Brasil. Tinha ele apenas seis anos de idade, permanecendo como membro dela durante 60 anos. Em 1994 deixou a CCB e passou para a Assembléia de Deus de Goiânia, no bairro de Campinas daquela cidade situada, no Estado de Goiás. Declara ele que durante os 60 anos na CCB teve o tempo suficiente para conhecê-la bastante esclarecendo que o livro A Igreja do Véu é uma revelação do que viu lá.
Acabei de ler o livro “A IGREJA DO VÉU – Igreja ou Heresia?”. Este livro foi escrito pelo Pr. José Amaral, hoje Pr. da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Brasil. Naturalmente o escritor, quando usa o título Igreja do Véu, está ele se referindo à Congregação Cristã no Brasil (CCB).

QUEM É JOSÉ MARQUES DO AMARAL 

CARACTERÍSTICA DE SEITA

Ao procurarmos identificar as marcas das seitas, notamos uma característica comum a maioria delas: a salvação é encontrada unicamente no meio dessa seita.
Exemplos desse modo de ser são encontrados nos seguintes grupos religiosos.

1. A Igreja Católica Romana
 se declara como a arca de Noé e ensina que não há salvação fora dessa Igreja, da mesma forma – dizem – como não houve possibilidade de salvação do dilúvio fora da Arca de Noé.

2. Igreja Adventista do Sétimo Dia tem a doutrina da igreja remanescente. 
A única que está na brecha impedindo a corrupção que existe no meio das igrejas protestantes, dado que é ela a única depositária dos escritos da profetiza Ellen Gould White possuidora do ‘espírito de profecia’. Além disso, admitem que são os únicos que guardam os mandamentos de Deus, porque enfatizam obrigatoriedade da guarda do sábado, ignorando que o sábado semanal foi abolido na cruz (Cl 2.14-17). Imaginem se fôssemos relatar as supostas visões absurdas dessa suposta profetiza. Até em ETs ela acreditava. Encontrou ela Enoque, que foi arrebatado, segundo a Bíblia (Gênesis 5.24), num lugar do espaço sideral, lembrando o planeta Saturno pois tal planeta possuía sete anéis.

3. As Testemunhas de Jeová 
se utilizam o mesmo argumento da Igreja Católica, ensinando que não há vida eterna fora da Sociedade Torre de Vigia, comparando a organização religiosa com a Arca de Noé.

4. A Congregação Cristã no Brasil 
não foge à regra: pregam que somente eles são os predestinados e os únicos que subirão com Cristo e que as outras igrejas evangélicas são apenas seitas. Os que vivem nelas estão perdendo tempo e, se quiserem ser salvos, serão obrigados um dia a se batizarem na CCB. Tire a prova da seguinte maneira: se tiver amizade com algum membro da CCB convide-o para evangelizar um seu amigo que seja vizinho desse membro da CCB e escute a resposta. Dizem vou orar a Deus e se Ele mandar eu irei. Aguarde a resposta. Você nunca terá resposta favorável, pois eles não se dão ao trabalho de evangelizar qualquer pessoa incrédula. Têm sim, um desejo insopitável de falar com pessoas membros das igrejas evangélicas. Nisso não perdem tempo. É só dar oportunidade para que isso ocorra. Os evangélicos estão à beira do caminho da salvação’ enquanto eles estão ‘no caminho da salvação’. Somos chamados de primos e não de irmãos, pois tal título pertence exclusivamente aos da irmandade.

UMA PEQUENA EXPERIÊNCIA
Uma senhora crente, membro de uma igreja evangélica, foi visitada por uma senhora membro da CCB. Chegando à casa dessa irmã foi logo dizendo:
“O Senhor me mandou fazer-lhe uma visita para orarmos juntas.” Essa crente, muito ingênua, admitiu a entrada da visitante que foi logo abrindo sua bolsa e tirou de lá o véu para orar. Dobraram os joelhos e logo vieram as profecias:
“Minha serva! O Senhor está dizendo que a igreja da qual você é membro não é a igreja verdadeira. Saia dessa igreja e vá para a Congregação.”
Perguntamos: como você encararia uma situação dessas? A visitante da CCB estava usando o nome do Senhor o que se entende como não sendo ela mesma que estava falando. No caso em tela, a irmã evangélica não teve dúvidas e daquele dia para frente passou para a CCB, aceitando, como sói acontecer, o batismo nas águas mesmo sendo ela já batizada por imersão na fórmula trinitária.

PROFECIA DE DEUS OU DOS HOMENS? 
O caso relatado não é excepcional. Ocorre com freqüência. Quantos membros de igrejas evangélicas estão sendo destruídos na sua vida espiritual por argumentos como o apresentado. Esquecem-se de consultar a Bíblia, pois, se lessem a Bíblia com mais freqüência, não seriam assim tão facilmente afastados de suas igrejas.
O profeta Jeremias advertiu por ordem de Deus pessoas que não sabem discernir quando uma profecia é de Deus, dos homens ou dos demônios.
“E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam.” (Jeremias 14.14).
Ah! Se fôssemos revelar todos os casos de subterfúgios proféticos empregados para ludibriar crentes incautos em todo o nosso grande Brasil.

UNIDADE DENOMINACIONAL
Um argumento quase irrespondível era sempre empregado pelos membros da CCB com respeito à sua denominação: sua unidade denominacional. Uma única CCB em todo o Brasil, com sede em São Paulo, no bairro do Braz.
Entretanto, relata o livro A IGREJA DO VÉU, na página 18, um tal de ancião José Valério, que dirigia uma CCB em Boa Vista, Roraima que se afastou da CCB criando uma nova denominação com título parecido com a CCB. Uma circular foi dirigida a todas CCBs do Brasil:
“…tendo José Valério se desviado da Congregação Crista no Brasil… tentando fazer adeptos para a nova seita que ele fundou, procurando aliar-se com outros que também se desviaram da fé.”
Declara mais o escritor do livro A Igreja do Véu que “a Congregação Cristã no Brasil já passou por 3 rachas. A primeira em 1949, a segunda em 1961 e a última em 1990.” (p.31)

O SISTEMA DE CULTOS

Relata o livro em tela sobre o sistema de cultos na CCB:
“Não é permitido de maneira alguma que pessoas com conhecimento cultural elevado, teólogos, etc. subam ao púlpito. Os anciões alegam que sobre estes o Espírito Santo não tem espaço para se manifestar, e que Deus não opera na sabedoria, e sim na simplicidade.” …
“Se conduzem por auto-sugestão e por puro fanatismo.” … “O maior pecado que os anciões cometem é pegar textos (versículos) isoladamente e aplicá-los isoladamente e aplicá-los sem o conhecimento devido.” … “Outra curiosidade é que sempre afirmam: ‘ Foi o Senhor que fez!’ fazendo alusão a tudo.” ( p. 22)
Como pode alguém usar um argumento tão fútil segundo o qual uma pessoa conhecedora da Bíblia não possa ser usada pelo Espírito Santo, na suposição de que, conhecer a Bíblia com mais profundidade impossibilita a pessoa de ser usada pelo Espírito Santo? E por que assim dizemos? Simplesmente porque o Espírito Santo é o autor da Bíblia.
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1.21)
E com que persistência Paulo recomendava ao seu filho na fé – Timóteo – que se esforçasse mais no estudo da Bíblia. Disse ele:
“E desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3.15-17)
Certa vez num consultório médico aguardava na sala de espera a vez de ser chamado, estando sentado ao lado de um senhor idoso. Puxei conversa com ele, admitindo que fosse pessoa descrente. Comecei a fazer perguntas de caráter religioso procurando uma brecha para falar de Jesus Cristo e também para saber qual a sua posição religiosa. Procurava oportunidade de ouvir sua resposta e lhe falar dentro da sua necessidade espiritual (Hebreus 4.12-13).
Identificou-se ele como membro da CCB por quarenta anos e foi logo dizendo para cortar a conversa, “só leio o livro de Salmos”. Quarenta anos de membro da CCB e só lia um livro dos 66 livros da Bíblia. Por que um crente assim procede? Simplesmente porque é orientado a crer que ‘a letra mata’ (2 Coríntios 3.6) interpretando-se como tal, a leitura da Bíblia. Ora, se uma pessoa não conhece a Bíblia pode ser facilmente enganada, como disse Jesus aos saduceus, “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mateus 22.29).
Apelam freqüentemente para apoio da sua forma de pensar para Mateus 10.19-10, que declara, “Mas quando vos entregarem não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso é que fala em vós.”
Naturalmente não ensina o que não se deve estudar a Bíblia sob a perspectiva de que o Espírito Santo porá as palavras oportunas na boca. A passagem é bem clara para definir o momento quando não se deve buscar apoio na cultura bíblica. O texto expressa,
“E sereis conduzidos à presença dos governadores, e dos reis… (v.18) Nessas ocasiões de perseguições por causa do nome de Jesus é que o Espírito Santo agirá ponto palavras próprias na boca dos servos de Jesus. É o caso de Pedro e João perante as autoridades judaicas, quando foram proibidas de falar do nome de Jesus.
“Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus.”(Atos 4.19)
Entretanto, na falta de discernimento bíblico, recorrem os membros da CCB ao meio ilícito de tornar o ancião um vidente. Lemos no citado livro A Igreja do Véu que, “Todas as doutrinas saem unicamente da cabeça do ancião mais velho.” … Eles dizem também, que devem se ater apenas aos 4 evangelhos, pois neles estão as palavras ditas por Jesus.” (p. 28)
É como Jesus disse, “Mas em vão me adoram, ensinado doutrinas que são preceitos de homens.” (Mateus 15.9)

INSPIRAÇÃO OU ADIVINHAÇÃO? 
Continua o escritor do livro em tela, declarando à página 23: “Por ser defendida a tese de que somente o ancião recebe as ‘direções’ do Espírito Santo, os fiéis, antes de realizarem quaisquer negócios, sejam viagens, compras, mudanças, devem ir à igreja buscar do ancião a ‘direção’ a fim de terem uma confirmação para que se concretize o negócio. Com essa doutrina de manipulação, os membros perdem o direito de pensar e agir, sendo isso extremamente perigoso e anti-bíblico. Abandonam a Palavra de Deus, e passam a depender de falsas inspirações, assim os anciões se tornam videntes, ditando o caminho para que seus fiéis devem seguir. Em geral, os pregadores falham nas interpretações dos textos, exatamente por não terem profundidade bíblica.” (o negrito é nosso)
Ora, tornando-se o ancião um tipo de ‘vidente’, que é consultado para qualquer iniciativa nas hipóteses apontadas, torna essa pessoa despojada da sua condição de relacionamento com Deus, ignorando o privilégio da Nova Aliança firmada por Cristo. E o escritor do livro de Hebreus se reporta a essa situação, diferente da Antiga Aliança, quando o sacerdote exercia a função de porta voz de Deus para os homens e dos homens para com Deus. Somente o sacerdote podia entrar no lugar santo diariamente, no primeiro compartimento do santuário e o sumo sacerdote, uma vez no ano, no santo dos santos, para representar o povo diante de Deus. “Mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo. Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo. (Hebreus 9.7-8). Entretanto, lemos que tal situação foi modificada. A Antiga Aliança foi substituída pela Nova.
“Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar.” (Hebreus 8.13).
Hoje, então, o ancião não pode ser colocado como mediador entre Deus e os membros da CCB. Cada cristão de per si pode entrar diretamente à presença de Deus e ser por ele dirigido.
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa. Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.” (Hebreus 10.19-23).

VOU BUSCAR A PALAVRA

Essa é uma expressão freqüente nos lábios dos membros dessa Igreja. Se tivermos um amigo, parente ou conhecido membro dessa Igreja e perguntarmos, quando ele está se dirigindo ao templo, com uma Bíblia na mão: “Onde você vai?” A resposta quase decorada por todos é: “Vou buscar a Palavra.” Então surge a pergunta feita por nós: quê Palavra? É a palavra do ancião que vai dar resposta à sua ansiedade no que concerne a certos problemas do dia a dia: viagem, casamento, doença, trabalho que afligem as pessoas e elas entendem então que sua resposta estará na palavra do ancião vidente.
Não seria o caso de perguntar: mas a Bíblia não está em suas mãos? Por que não a ler? É o que lemos: “Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé que pregamos” (Romanos 10.8).
Diz ainda o texto bíblico: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Salmos 119.105).

BATISMO REGENERACIONAL

Cita o livro em tela, “Na Congregação Cristã do Brasil é ensinado aos seus adeptos que a salvação é um direito exclusivo de seus seguidores. Para alguém ser salvo deve se converter aos dogmas da igreja e ser batizado ou rebatizado. Isso vale para todos aqueles que vieram de outras igrejas evangélicas para a Congregação, pois, eles não aceitam o batismo de outras igrejas evangélicas, mesmo por imersão, considerando essas igrejas como falsas doutrinas.” (página 26) (o negrito é nosso)
Continua o escritor: “A Igreja do Véu acredita que Deus já tem a lista daqueles que serão salvos, ou seja, que foram predestinados. Se a pessoa tem que ser salva, mais cedo ou mais tarde ela estará na Congregação Cristã, esse é mais um dos motivos de não evangelizarem.” (p. 29)
O Manual de Procedimentos (ou Pontos de Doutrina e Fé), já mencionado, na página 7, estabelece o seguinte: “Este Sacramento se exerce por imersão… “EM NOME DE JESUS CRISTO”… e de acordo ao Santo Mandamento: “EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO.
Enganam-se os que pensam que a salvação pode ser adquirida por rituais. Longe de ser verdade afirmar que “o batismo faz o cristão”, na verdade, a salvação se adquire pela fé em Jesus Cristo.
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tito 3.5)
A palavra ‘sacramento’ é empregada na Igreja Católica com o sentido de um sinal exterior que outorga uma graça interior e com isso, entendem que o batismo salva. Atribui-se um valor usado dentro de uma expressão latina, ‘ex opere operato’ ou seja, um ato de magia infalível.
“Nascer da água” de João 3.5 ou “nascer de novo” (João 3.7) não se dá pelo batismo nas águas, mas pela atuação do Espírito Santo através da Palavra de Deus. O Espírito Santo realiza sua obra junto ao coração descrente, convencendo-o do pecado por não crer em Jesus (João 16.7-9). E isso se dá pela pregação da Palavra (Romanos 10.17) e então ocorre o milagre do novo nascimento, “Sendo de novo gerados, não da semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.” (1 Pedro 1.23)
“Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tiago 1.18)
“…como Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela (a Igreja) para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra. (Efésios 5.25-26)
Falsa doutrina é, pois, batizar alguém que não assumiu qualquer compromisso com o Senhor, que não tem a certeza do novo nascimento e que vai às águas do batismo esperar ser salvos. Somos salvos pela fé e não por praticar o ritualismo do batismo. O batismo é para os salvos (Efésios 2.8-9) e não para sermos salvos.
A fórmula batismal foi ensinada por Jesus em Mateus 28.19 e não deve ser usada com Atos 2.38, empregando-se então “em nome de Jesus Cristo e Em nome do Pai e do Filho e do Espírito. Atos 2.38 não encerra fórmula batismal. Declara sim que Pedro ao recomendar o batismo o fazia pela autoridade de Jesus dada em Mateus 28.19. É ilógico repetir em ‘nome de Jesus Cristo’ e em ‘nome do Filho’, pois se trata da mesma pessoa.

O USO DO VÉU
“A verdade é que o uso do véu na Congregação Cristã do Brasil serve mais para trazer disputa entre as mulheres que ali congregam, pois usam o véu simplesmente como um adereço e enfeite.” …
“Elas não tem na maioria das vezes o menor conhecimento da doutrina do véu ou nunca leram o texto.” (página 41)
No Manual de Procedimentos (ou Pontos de Doutrinas e Fé), p. 16, “Sempre que a mulher orar ou profetizar deve estar com a cabeça coberta.”
Perguntamos: por que usar o véu apenas nos momentos de oração nos cultos ou em casas e não em público como fazem as mulheres judias ou muçulmanas? Por outro lado, cobrir a cabeça não significa cobrir apenas o cabelo, mas todo o rosto da mulher, a tal ponto que ela se torna irreconhecível quando estava portando o véu.
Exemplo esclarecer se encontra em Gênesis 38.14-19. Tamar, a nora de Judá, enganou-o quando tirou os vestidos de viuvez e se cobriu com véu para enganá-lo porque lhe havia negado a Selá, o seu cunhado, em casamento, para gerar família para o irmão falecido.
“Então ela tirou de sobre si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com véu… E vendo-a Judá, teve-a por um prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto.” Judá não reconheceu sua nora porque estava coberta com véu. Disso se depreende que o rosto estava encoberto pelo véu. É dessa forma que as mulheres que usam o véu se portam na CCB? Cobre o véu apenas os cabelos e não o rosto? Na verdade, cumpre-se o que Paulo falou sobre pessoas obscurecidas por costumes,
“ Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.”(2 Coríntios 3.16) Concluindo seu ensino sobre o uso do véu declara Paulo em 1 Coríntios 11.15,
“Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar do véu.” Se há o véu natural, os cabelos da mulher, por que usar um véu artificial?

O PASTOR E O SALÁRIO PASTORAL
O assunto principal que os membros da CCB gostam de abordar quando conversam com crentes de igrejas evangélicas: não só condenar o cargo pastoral como também o salário pastora. Chamam os pastores de impostores e que o dízimos recolhido nas igrejas se destinam ao sustento do pastor que tem vida cercada de conforto, vivendo às custas de pessoas pobres das igrejas.
Diz o autor do livro ora comentado: “Essa seita acusa as igrejas evangélicas, dizendo que seus pastores são na verdade lobos exploradores do povo.” (página 62)
É incrível como ignoram a Bíblia. Esta recomenda não só o exercício pastoral como também o dever dos cristãos cuidar financeiramente desses líderes.
“Lembrai-vos dos vossos pastores que voa falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.”
“Obedecei a vossos pastores, e sujeita-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para queo o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hebreus 13.7,17)
Naturalmente existem duas classes de pastores: o bom pastor (Jeremias 3.15) e o mau pastor (Ezequiel 34.1-10) Tachar todos iguais é um contra-senso!

SUSTENTO PASTORAL
Por outro lado, a Bíblia determina o sustento pastoral. “Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário.” (2 Coríntios 11.8)
“Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.”(1 Timóteo 5.18)
Agora, qual a ocupação de um ancião da CCB? Informa o escritor do livro em tela, “Vão às Igrejas em horários de cultos, que duram uma hora e meia, sempre à noite e no máximo 4 dias por semana ou l6 dias por mês, então, não corresponde a um trabalho normal. Se contarmos o mês, os serviços que prestam à igreja não somam 24 horas, ou seja, não eqüivale nem mesmo a um dia sequer de serviço por mês para a igreja. Realmente seria um pecado receber por tal atividade.” … “Nas outras igrejas, os pastores dispõem de tempo integral aos seus fiéis, na maioria das vezes trabalham até fora de hora à disposição dos compromissos do rebanho.”(página 85)

O USO IMODERADO DA BEBIDA ALCOÓLICA
“A Congregação Cristã no Brasil não tem restrição quanto ao uso do álcool. O uso de produtos é liberado aos seus fiéis, que podem até mesmo viver da venda de produtos alcoólicos.
A maioria dos anciãos não só toma bebidas alcoólicas, como também chega a ter domésticos, geladeiras e frizzers cheias de bebidas alcoólicas para si é claro, para os amigos que os visitam. Eles usam todas as espécies de bebidas, não faltando o próprio wisk. Eu sou testemunha ocular desse mau procedimento, pois estive por lá muitos anos.” (página 100)
“Nos eventos como casamentos, aniversários, festa de final de ano, o álcool é o principal produto, sendo distribuído à vontade… o que é lamentável. Muita gente si dessas festas embriagada. Será que existe vício mais maldito que o uso do álcool?(p. 100)
O escritor do livro de Provérbios declara que a bebida alcoólica é geralmente usada por pessoas que vivem com problemas emocionais que lhes parecem insolúveis. Diz ele: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte. Para que bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos. Daí bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito. Que beba, e esqueça da sua pobreza, e da sua miséria não se lembre mais. (31.4-7).
Que situação embaraçosa para um povo que diz servir a Cristo recorrer a bebida alcoólica por ter problemas emocionais tão fortes que procura esquecer deles por um meio tão inapropriado.
Jesus disse, “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11.28)
E para a pessoa que já encontrou descanso em Jesus, tem por propósito maior encher-se do Espírito Santo para ter uma vida feliz. Paulo aconselha,
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.” (Efésios 5.18)
Duas recomendações de Paulo: uma negativa, ‘não vos embriagueis com vinho’; outra positiva, ‘enchei-vos do Espírito Santo’. Por qual das duas formas de se portar deve optar o cristão? Certamente que deve optar por ser ‘cheio do Espírito Santo’. Ao contrário disso, lemos dos efeitos do álcool na vida de uma pessoa,
“Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo.” (Isaías 28.7)

CONCLUSÃO

O último livro da Bíblia, o Apocalipse, faz uma advertência muito séria contra ensinos que vão além ou aquém da própria Bíblia: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” (22.18-19)
Vejamos mais alguns ensinos da CCB que estão fora da Bíblia além dos já examinados:

O PECADO IMPERDOÁVEL
Seria o adultério um pecado imperdoável? Qualquer pessoa da irmandade que venha praticar esse pecado, é automaticamente eliminado da irmandade e recusa-se qualquer prestação de ajuda espiritual a tal pessoa. É considerado o pecado imperdoável. Essa pessoa mesmo que manifeste arrependimento, está definitivamente alijado do meio da CCB. Ora, sem querer justificar a prática desse pecado indecoroso, lemos em 1 Co 5.1-2 que certo membro da Igreja de Corinto vivia num pecado desse tipo, pior ainda, porque admite-se que vivia pecaminosamente com sua madrasta. Paulo recomendou que tal pessoa fosse eliminada do rol de membros. Mas, observa-se, que a pessoa que assim agira, arrependeu-se profundamente e Paulo recomenda que o tal fosse reintegrado à comunidade dos coríntios (2 Co 2.6-7)
Quantas pessoas abandonadas porque faltou-lhe o apoio da irmandade para sua restauração, dado que ensinam, sem apoio bíblico, que o tal cometeu o pecado chamado ‘blasfêmia contra o Espírito Santo’. (Mateus 12.31-32)
Paulo ensina, “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.”(Gálatas 6. 1-2).

O SONO DA ALMA
Perguntemos a um membro da CCB sobre o estado dos mortos crentes? Ele responde que os crentes estão dormindo, inconscientes, na sepultura, no intervalo entre a morte e a primeira ressurreição. Têm o mesmo modo de crer dos adventistas que crêem no sono da alma. Biblicamente o que dorme é o corpo (Mateus 27.52) e não a alma (Mateus 10.28). O cristão, no intervalo entre a morte e a chamada primeira ressurreição, vai estar com Cristo (2 Coríntios 5.6-8; Filipenses 1.21-23; Apocalipse 6.9-11). Tudo isso é ignorado pela irmandade porque ensinam fora da Bíblia.(1 Coríntios 4.6)
Logo, sendo os ensinos da CCB – além e aquém dos ensinos bíblicos – devem ser rejeitados. É o que pretendeu certamente o escritor do livro A Igreja do Véu, ao apontar que seus ensinos, na sua maioria, constituem heresias (1 Coríntios 11.19).

domingo, 19 de julho de 2015

CELIBATO E PEDOFILIA

CELIBATO E PEDOFILIA



Que a pedofilia alcança níveis epidêmicos na Igreja Romana, é fato tão notório e manifesto que se torna assunto batido e até desmotiva que um blogueiro como eu volte a explanar o mesmo assunto tão universalmente conhecido. Se por acaso alguém esteve em Marte nas últimas décadas e não ficou sabendo dos acontecimentos, vou explicar: muitos, muitos padres abusam de criancinhas. É isso. Antes que alguém venha alegar que “pedofilia existe em todo lugar”, vamos aos dados:

• Em relação apenas aos Estados Unidos, um estudo-relatório de 2004 elaborado por professores da Faculdade John Jay de Justiça Criminal revelou entre no período entre 1952 e 2002, mais de dez mil crianças foram abusadas por padres (10.667, para ser preciso).

• Este está longe de ser o número total de casos em que uma criança foi abusada por um padre, mas diz respeito somente aos casos em que os pais de fato processaram os líderes da Igreja Católica. Qualquer criatura do mundo sabe que a esmagadora maioria destes casos nem sequer são descobertos. Se mais de dez mil é o que está na “ponta do iceberg”, imagine o quanto está embaixo d’água!

• As dioceses católicas, tentando proteger os padres pedófilos (é claro), estão dispostas a admitir “apenas” 6.700 destes casos (o que ainda continua sendo um número alarmante!). Muitas vezes a Igreja Católica transfere os padres pedófilos de uma para outra diocese para não serem pegos pela Justiça. E lembre-se: isso é somente o número de casos descobertos reconhecidos pela Igreja em um único país e dentro apenas dos últimos anos. Um relatório mais amplo e abrangente seria ainda mais abominável. O SNAP (Survivors Network of Those Abused by Priest) argumentou que estes números, embora grandes, foram muito pequenos se comparados com as suas descobertas.

Como a Igreja Católica explica ou rebate a pedofilia epidêmica em seu próprio clero? Basicamente, fazendo a mesma coisa que o PT sempre faz em relação à corrupção. Quando você fala sobre corrupção a um petista de carteirinha, citando casos como o mensalão ou o petrolhão, ele tem uma resposta-padrão pronta, na manga, para responder ao oponente: “Os outros partidos também roubam!”. Então, se os outros partidos também roubam, está “ok” o PT roubar também. Afinal, “corrupção existe em todo lugar”, então vamos ficar quietos e bola pra frente.

A Igreja Católica faz exatamente a mesma coisa, mas em relação à pedofilia. Alguns padres desonestos, como o embusteiro Paulo Ricardo, em seus contorcionismos para tentar camuflar a pedofilia epidêmica do clero, manipula os dados sem a menor vergonha na cara (omitindo os casos dos EUA e mostrando apenas os da Itália, por exemplo), e então compara com o tanto de abusos cometidos por professores de Educação Física na Itália, que supostamente teria sido maior do que a quantidade de abusos cometidos por padres naquele mesmo país. Também compara com os abusos cometidos por soldados da missão de paz no Congo em 2006, que naquele período teriam abusado de mais criancinhas do que a média dos padres. Então você já percebe que o nível moral dos caras é realmente uma lástima, uma podridão, nivelado por baixo, na lama. Comparam com aquilo que há de pior, para depois se passarem por “santos”. Qualquer ser humano com massa encefálica consegue desmascarar o truque desses charlatões.

Mas se a pedofilia na Igreja Romana é algo real, e não uma fantasia inventada pela mídia golpista-conspiracionista-anticatólica para acabar com a “Igreja de Cristo”, então ela precisa de explicação. Não é possível que não haja resposta para o porquê que tantos padres estão sempre tão dispostos a abusar de criancinhas, como se isso fosse uma doutrina oficial da Igreja ou quase um pré-requisito para ser padre. A explicação não pode ser um vácuo ou uma lacuna, tem que ser algo consistente. E eu me recuso a lançar essa explicação para as costas do diabo, com saídas simples do tipo: “essa religião é do diabo, então...”. Ainda mais porque existem muitas outras “religiões do diabo”, e seus líderes não possuem tantos escândalos de pedofilia como ocorre na #ICAR. Então a explicação precisa ser outra, mais racional. O “diabo” apenas não serve.

Se a minha opinião vale, os escândalos epidêmicos de pedofilia no Vaticano estão diretamente relacionados com o celibato obrigatório do clero. A Igreja Romana é a única igreja do planeta que coloca o celibato como um requisito prévio para ser papa – nas igrejas evangélicas e nas ortodoxas, o celibato é opcional. De que modo que ele acaba contribuindo para o aumento nos casos de pedofilia? É simples. À luz da Bíblia, existem pessoas chamadas para o celibato e existem pessoas chamadas ao sacerdócio, mas são dois grupos distintos, ou seja, há muitas pessoas chamadas para o sacerdócio e que não foram chamadas para o celibato, e também há muitas pessoas chamadas para o celibato e que não foram chamadas para o sacerdócio (embora em alguns casos haja pessoas que possuam ambos os chamados, mas é exceção à regra geral).

Deixe-me explicar isso, começando pelo sacerdócio. Indiscutivelmente, há pessoas que tem o dom da palavra, que foram chamadas ao ministério sacerdotal. No entanto, à luz das Escrituras, essas pessoas não necessariamente foram também chamadas ao celibato, isto é, elas não possuem ao mesmo tempo este outro “dom”. Vemos isso por toda parte na Bíblia. Pedro era com certeza vocacionado ao ministério, mas ele tinha sogra (Mt.8:14), o que presume que ele tinha esposa. Além disso, Paulo em 1ª Coríntios 9:5 diz que não apenas Pedro, mas também os outros apóstolos e irmãos de Jesus em geral tinham uma esposa e a levavam em suas viagens no ministério.

Clemente de Alexandria (150-215 d.C) confirmou este fato histórico dizendo:

“Clemente, cujas palavras acabamos de ler, em seguida ao que foi dito anteriormente e por causa dos que rechaçam o matrimônio, dá-nos uma lista dos apóstolos que comprovadamente foram casados e diz: ‘Ou também vão desaprovar os apóstolos? Porque Pedro e Filipe criaram filhos; e mais, Filipe deu maridos a suas filhas”[1]

Como vemos, Clemente também cita como exemplo o caso do evangelista Filipe, que era casado e tinha “quatro filhas virgens, que profetizavam” (At.21:9). Clemente cita ainda que Pedro estava junto com sua esposa quando ela foi martirizada (o que também prova que a esposa de Pedro ainda vivia quando este já era cristão, e continuou com ele por boa parte da vida):

"Conta-se pois que o bem-aventurado Pedro, quando viu que sua própria mulher era conduzida ao suplício, alegrou-se por seu chamamento e seu retorno para casa, e gritou forte para animá-la e consolá-la, chamando-a por seu nome e dizendo: ‘Oh, tu, lembra-te do Senhor!’. Assim era o matrimônio dos bem-aventurados e a perfeita disposição dos mais queridos”[2]

Como vemos, os apóstolos tinham matrimônio, e isso não era visto como se fosse algum problema na Igreja primitiva. Quando Paulo mandou Timóteo estabelecer bispos na Igreja, ele não fez nenhuma questão de dar preferência aos que não tinham mulher. Ao contrário: disse que poderiam ter “uma só mulher”, e tinham que cuidar bem dos seus filhos:

“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?), não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo” (1ª Timóteo 3:1-7)

Fica claro, portanto, que o chamado ao ministério não está atrelado ou vinculado com a necessidade de ser celibatário, sob uma perspectiva bíblica.

Há também o segundo grupo, daqueles que tem um chamado para o celibato. Paulo fala sobre eles em 1ª Coríntios 7, e parece se incluir neste grupo também (embora alguns digam que Paulo era viúvo, o que é discutível). De qualquer forma, ele diz:

“Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio. Digo isso como concessão, e não como mandamento. Gostaria que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem o seu próprio dom da parte de Deus; um de um modo, outro de outro. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas: é bom que permaneçam como eu. Mas, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo” (1ª Coríntios 7:5-9)

Paulo diz que cada um tem seu próprio dom da parte de Deus; um de um modo, e outro de outro. No contexto está claro que ele se refere à questão do matrimônio. O texto sugere que alguns têm o “dom” ou o chamado para o celibato, e isso significa que essas pessoas não têm o desejo natural de se casar, de ter uma esposa, filhos ou mesmo pelo próprio sexo em si. As pessoas que tem este tipo de dom simplesmente não sentem necessidade disso, e conseguem viver perfeitamente bem sozinhas. Paulo sugere que gostaria que todos tivessem esse tipo de dom, mas então faz um adendo:

“...mas, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo” (v.9)

Isso faz coro ao que ele já havia afirmado no início do capítulo:

“Quanto aos assuntos sobre os quais vocês escreveram, é bom que o homem não toque em mulher, mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio marido (1ª Coríntios 7:1-2)

Está perfeitamente claro que não são todos que tem o chamado ou vocação ao celibato. A grande maioria das pessoas simplesmente não tem este dom, e não adianta nada tentar forçá-las na marra a serem celibatárias quando elas não foram vocacionadas a isso. Tentar forçar alguém a ser celibatário quando este alguém não tem esse chamado é como tentar transformar água em vinho, ou como tentar fazer com que um estudante de humanas comece a gostar muito de exatas e se torne craque em matemática. Simplesmente não funciona. Não dá certo. Nem tente.

Paulo sabia disso perfeitamente bem. Ele sabia que a esmagadora maioria das pessoas que estavam lendo sua carta não tinha vocação nenhuma ao celibato. Tais pessoas tinham naturalmente o desejo carnal por sexo, e é por isso que ele diz que por causa da imoralidade cada um deveria ter sua própria esposa (v.2), que deveriam cumprir os “deveres conjugais” (v.3), que não deveriam se recusar sexualmente um ao outro (v.5), e ressalta que isso era uma concessão necessária (v.6) para não cair na imoralidade, porque “é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo” (v.9). Em outras palavras, a saída para quem não tem o chamado ao celibato é o sexo natural com a esposa, dentro do contexto matrimonial e sob a bênção de Deus. Esta é a forma pela qual o desejo sexual é satisfeito sem estar incorrendo em pecado de imoralidade.

Se alguém não tem o chamado ao celibato, mas vive forçosamente em celibato assim mesmo (i.e, proibido de ter uma esposa e ter uma vida conjugal com ela), acontece exatamente aquilo que o apóstolo Paulo mais temia: a imoralidade. Em outras palavras, como aquelas pessoas têm um enorme desejo sexual, mas não podem satisfazer este desejo de forma saudável e correta dentro do casamento, elas acabam procurando outros meios de satisfazer este desejo interno, e é aí que começa o problema.

Há poucos anos o TorrentFreak rastreou todos os maiores pontos de acesso à pornografia do mundo e chegou a um lugar bastante “improvável”: o Vaticano. De acordo com a CBS News:

“A maioria dos arquivos baixados no Vaticano era de filmes pornográficos. Filmes como ‘Os Vizinhos’, ‘Toque’ e ‘Lea Lexis and Krissy Lynn’ aparecem tendo sido baixados pela ‘Holy See - Vatican City State’ (Santa Sé - Vaticano). A maioria desses filmes tem como tema os fetiches sexuais de submissão, dominação, sadismo e masoquismo”[3]

Entretanto, chega uma hora em que os padres não se contentam apenas com a pornografia, e é aí que a pedofilia entra em cena.

O padre sem o dom do celibato tem o mesmo desejo sexual que qualquer ser humano da face da terra, com a diferença de que ele não pode satisfazer este desejo pelos meios lícitos, porque a Igreja o proíbe de ter uma esposa. Então ele vai procurar um atalho para satisfazer este desejo. É claro que ele não vai procurar dar em cima de uma mulher ou homem adulto, porque assim seria muito facilmente desmascarado. Então ele vai procurar alguma pessoa mais inocente, mais pura, mais ingênua, que não vá “dedurar” o padre. É aí que ele começa a satisfazer seu desejo sexual reprimido em cima de criancinhas. Um coroinha, por exemplo. É isso o que explica o nível tão mais alarmante de pedofilia entre o clero católico-romano em relação às lideranças de qualquer outra igreja ou religião do mundo.

A solução para acabar com este problema é simples: exterminar de uma vez por todas essa ridícula, patética, antibíblica e escabrosa regra de que o padre não pode se casar. Isso iria acabar de uma vez com todos os casos de pedofilia? É claro que não. Mas iria abaixar muito, levando-o ao mesmo patamar proporcional dos evangélicos e ortodoxos. Essa é uma medida simples, que teoricamente seria fácil de se tomar. Então por que a Igreja não faz isso? É aí que entra um outro problema: infalibilidade papal. A Igreja Romana é a única instituição da face da terra, desde que o homem existe no planeta, que é suficientemente arrogante o bastante para proclamar a infalibilidade para si própria. Isso tem um lado positivo, é verdade. Significa que o que está certo não vai mudar (por exemplo, o fato de o homossexualismo ser considerado pecado, ou o aborto ser condenado). Mas também tem um lado negativo muito maior: significa que o que está errado também não vai ser mudado.

Então tire da cabeça que a Igreja Romana irá um dia repensar a sua condenação aos preservativos, ou que irá rever seus dogmas heréticos, inventados ex nihilo e sem base bíblica nenhuma, ou que irá voltar atrás na questão do celibato obrigatório, que estamos tratando aqui. Ela não vai. Se ela mudasse, estaria transmitindo a mensagem de que ela é falha, e que pôde ter falhado sistematicamente ao longo dos últimos séculos em algo tão importante. Pior ainda: ela estaria atestando que os evangélicos – esses hereges rebelados do capeta – estavam certos este tempo todo, e ela mesma, a “infalível Igreja de Cristo”, governada ao longo de séculos por papas escolhidos a dedo pelo Espírito Santo e dotados de infalibilidade ex cathedra, estava errada. Quando é que ela será suficientemente humilde para reconhecer que esteve errada esse tempo todo? Nunca. Reconhecer os erros e mudar é para os “fracos”, não para uma instituição tão poderosa, infalível e extraordinária como a #ICAR.

O problema é muito maior do que se pensa. Enquanto o próprio dogma da infalibilidade (e consigo muita coisa que foi por meio dele acrescentado ao longo da história) não for aniquilado, poderemos esperar por anos, décadas, séculos, que os noticiários irão continuar a mesma coisa:"Papa pede perdão por pedofilia na Igreja Católica", sem fazer absolutamente nada a respeito.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.