sexta-feira, 28 de novembro de 2014

QUEM FOI LUCIFER (DEMONOLOGIA)


INTRODUÇÃO

        
Nesta Segunda parte de nosso estudo iremos falar sobre os anjos maus ou demônios. O nosso inimigo, de acordo com a Bíblia, é astuto e argiloso. Sabemos que em tática de guerra militar o tanto que se conhece o inimigo é de grande importância, chegando a ser o fator decisivo da batalha. No mundo espiritual não é diferente, a batalha é inevitável e lutar da maneira correta é vital. A Palavra de Deus não nos foi deixada em vão, mas com o propósito de crescermos na graça e no conhecimento: “...antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (IIPe.3:18). Sabemos de vários irmãos, que ludibriados pelo inimigo, sofreram e sofrem grandes aflições. O Senhor não nos quer ver por baixo, mas por cima, pois o inimigo já foi posto embaixo dos nossos pés. Quando descobrimos quanto autoridade temos e quais as táticas inimigas, nos tornamos vencedores. Acredito que o amado que lerá esta apostila receberá informações que lhe abrirão os olhos para ver e discernir qual a melhor maneira de agir.
“SUJEITAI-VOS, POIS, A DEUS; MAS RESISTI AO DIABO, E ELE FUGIRÁ DE VÓS (Tg.4:7).
Quando sabemos onde é o nosso lugar e posição colocamos o inimigo em cheque e obtemos a vitória no nome de Jesus.

 

UMA EXPERIÊNCIA DE DAR MEDO


Certa noite estava orando em um monte. Costumava ir acompanhado por dois ou três irmãos, mas naquela noite subi sozinho, pois havia lua cheia e estava bem claro . Naquele local podia se ver parcialmente a cidade e costumávamos dali orar por ela. Nesta noite uma forte unção veio sobre mim e uma vontade explosiva de interceder. O Espírito Santo movia-se em mim, era tremendo, glorioso, maravilho e inexplicável. Orei fervorosamente e clamei em favor da cidade. Lembrei-me dos drogados, dos alcoólatras, dos doentes, dos perturbado pelos demônios, da Igreja e tudo quanto o Espírito trazia-me era posto em forma de intercessão. Terminando aquele período maravilhoso comecei a sentir algo estranho. Um calafrio começou a subir por minhas costas e um grande medo dominou o ambiente, lembrei-me da Palavra: “Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (IITm.1:7).  Nunca tinha tido uma visão a olho nu, mas ao virar-me para trás contemplei uma sombra negra da altura e forma de um moleque. Por um momento pensei ser minha sombra, mas minha sombra não estava daquele lado e o medo ficou mais forte. Pensei, vou correr, mas será que conseguiria correr mais que um espírito. Ficar ali parado e tremulo não iria chegar a uma solução. Então uma coragem repentina veio sobre mim e  parti como um cavalo de corrida na largada, em direção daquela sombra. Gritava com toda minha força e dizia; “Saia em nome de Jesus, saia mesmo”. O bicho ficou com medo da minha ação e começou a fugir como um gato assustado, sumindo repentinamente. Creio que esse demônio apareceu por causa da minha oração de intercessão. Se eu tivesse fugido ou simplesmente ficasse ali com medo a minha oração não iria ter o devido valor e surtir o mesmo efeito. Digo isso por sentir que naquela noite algo aconteceu e minha oração cooperou  para isso. Graças a Deus sai daquele monte como um vencedor, isso por conhecer a misericórdia de Deus e a autoridade que o Senhor nos outorgou na cruz. Aleluia!!!

 

QUEM FOI LUCIFER


Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dizer-te: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei como querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade.(Ez.28:12-15)
O profeta Ezequiel fala do mais grandioso ser que Deus criou no princípio da criação, um ser que tinha força, sabedoria, beleza, glória e autoridade jamais igualada por outra criatura. No livro de Isaías ele é o “filho da Alva” – Lúcifer. Literalmente, seu nome significa “O Brilhante” ou “Estrela da Manhã”. É descrito como “o selo da perfeição”, o que originalmente significa um padrão de perfeição. É descrito também como “cheio de sabedoria e formosura”, o mais belo e sábio de toda as criaturas.

 

A OBRA DOS TAMBORES

        
O texto bíblico ainda comenta sobre “a obra dos tambores e pífaros”. Sua influência na área  da música fica clara e nos mostra que Lúcifer era, provavelmente, o maestro da orquestra celestial. Podemos afirmar que de música o diabo entende muito e soube, por algum tempo, como agradar o Senhor com seus louvores. E hoje, será que ele não sabe como usar o que aprendeu para ofender a Deus e sua Santidade? Acredito que sim e que o diabo tem usado muito a música para se opor a Deus. O que mais me preocupa é o quanto dessa música e letra tem entrado em nossas Igrejas. O diabo não deveria ter nada haver com o louvor na Igreja, mas não posso dizer que isso não está acontecendo. Hoje a música evangélica  até virou arte, mas que tipo de arte será que se transformou o Louvor a Deus? Não quero julgar ninguém, mas chamo a sua atenção para esse fato. Cuidado com certas músicas e letras que estão sendo chamadas de “gospel” ou evangélicas. Lembre-se Deus quer adoradores espirituais e não pseudos levitas. O louvor e a adoração têm que ser prestado com o devido respeito ao Senhor lembre-se dos Serafins (Is.6)-(Leia a Apostila Angelologia I ). Havia postura, reverência e temor naquela adoração e se os anjos preocuparam-se com isso, será que nós não deveríamos fazer o mesmo? Bandas que se dizem preocupadas com a evangelização estão realizando shows que assustam até as pessoas da vida. Com essa alegação estão avacalhando o nome do Senhor e ainda argumentam que toda música é de Deus (pensando assim até o diabo é de Deus)  e argumentam que toda dança é bíblica. Isso mostra a falta de um pouco de teologia na vida desses pseudos cantores.  Embora o tema aqui seja outro, irei fazer uma pequena explicação. As danças registradas no Velho Testamento eram danças e gestos coreográficos e não pornográficas como são vistas hoje nesses shows. Eram danças que expressavam o que era cantado e tudo era feito com ordem, mas mesmo assim a Bíblia diz que naquela dispensação, onde o povo dançava, tudo foi encerrado debaixo do pecado: “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem (Gl.3:22). No texto que fala da dança de Davi é dito que ele dançava com as suas forças, ou seja, na carne: “E Davi dançava com todas as suas forças(na carne) diante do Senhor; e estava Davi cingido dum éfode de linho (IISm.6:14). É por isso que Deus enviou Jesus Cristo, a velha aliança não poderia e não pode satisfazer ao nosso Deus. O Senhor quer adoradores espirituais e os está procurando – “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo.4:23-24). O que quero é que o leitor medite e peça discernimento ao Espírito Santo. Fazer de tudo para ganhar alguém para Cristo é uma coisa e assemelhar-se com o mundo para ganhar alguém para Cristo é diabólico. Pense meu leito e tire a sua conclusão sem deixar o diabo te iludir.
Acredito que, em um culto, não precisamos ficar como estatuas, temos que participar e expressarmos o nosso amor ao Senhor, deixando-nos levar no mover do Espírito Santo. Quando Deus dá o tom há glorificação, exaltação e até danças no espírito. Que possamos ficar na dependência do Espírito Santo e dirigido por Ele adorará melhor o Senhor.

QUERUBIM DA GUARDA UNGIDO

        
Lúcifer é chamado também de “querubim da guarda ungido”. Como já sabemos os querubins são seres angélicos de elevada categoria. Lúcifer era o governador e líder dos seres angélicos e, evidentemente os guiava em louvor e júbilo a Deus. A palavra “da guarda”, em Ezequiel 28:14-16, significa literalmente “quem conduz”, visto que, antes da queda de Lúcifer não havia inimigos e nem nada para ser guardado.

O ÉDEN DE LÚCIFER
       
De acordo com Dr. Olson, em seu livro “O Plano Divino Através dos Séculos” o Éden de Lúcifer não é o Éden do tempo de Adão, em que o diabo entrou como rebelde usurpador. Acredita-se ser um Éden anterior ao qual Lúcifer presidia e ocupava alta posição. É interessante compararmos as pedras mencionadas aqui com aquelas de Ap.21:11-21. Esse esplendor talvez indique algo da glória do palácio em que Lúcifer residia.




O QUE FEZ LÚCIFER

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo. (Is.14:12-15).
A maior catástrofe da história da criação universal foi sem dúvida, a desobediência a Deus por parte de Lúcifer, e a conseqüente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele em sua maldade. Sua queda ocorreu quando o orgulho tomou conta do seu ser. Isso foi procedido de cinco “eis”, que demonstravam o seu espírito insubmisso e exaltado, e foram:    
1o)  “Eu subirei  ao  céu”.
2o) “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”.
3o) “No monte da congregação me assentarei”.
4o) “Subirei acima das mais altas nuvens”.
5o) “Serei semelhante ao altíssimo”.
        
O orgulho tomará conta da mente e do coração dessa criatura, a qual foi criada para ser uma benção, mas que escolheu ser contrário ao Seu Criador. São fatos como esses que nos mostram a grandeza do nosso Deus. Na queda dos anjos vemos o quanto o Senhor é perfeito e maravilhoso. Ele nunca criou uma criatura robótica, que simplesmente recebe ordens, mas sim a todos concedeu o livre arbítrio (o fato de podermos escolher o nosso destino). Saber que Lúcifer caiu, que o homem seguiu o mesmo destino, nos leva a contemplar quão grandioso é o Senhor. Hoje de livre e espontânea vontade podemos escolher servir ao Senhor. Aleluia!!!

QUEM É LÍCIFER HOJE?
        
Hoje Lúcifer não é mais um anjo de luz, mas sim um anjo de trevas e maldade. Sabemos entretanto que pode transfigurar-se em um anjo de luz (IICo.11:14). O seu ódio pela humanidade parece que cresce a cada dia. Ele não conseguiu vencer a Deus e assim voltasse-se para o homem a mais sublime das criaturas criadas pelo Senhor. Satanás é um ser inteligente, uma personalidade hostil, inimigo declarado de Deus e dos homens. A Bíblia inteira o apresenta resistindo a Deus e perturbando a paz das nações, com guerras, destruição e miséria. As maiorias dos homens são presas fáceis, por enquanto, mas o Espírito do Senhor está levantando um povo que conhece a autoridade que foi dada com a morte e ressurreição de Cristo.

SATANÁS E SUA PERSONALIDADE
        
A Bíblia nos ensina que ele é um ser que possui caráter e uma personalidade forte e obstinada. Dizer que satanás é apenas fruto da imaginação, uma ficção, mitologia ou coisa da mente humana é subestimar de mais os fatos.  Sabemos que fatos são provas e contra fatos não temos como argumentar. Muitos são os fatos registrados dia a dia, pense: Nos assassinatos bárbaros que vemos nos jornais, são normais? Pais que estupram as próprias filhas e alguns ainda bebês! O que dizer das pessoas que chegam as Igrejas totalmente alteradas e completamente possuídas? Suas falas não condizem com o que são nem com o que fazem! Olhe para o mundo, abra os olhos e veja os fatos! É claro que para o diabo é muito mais fácil que acreditem que ele não existe. Assim ele torna-se invisível duas vezes e seu poder fica maior. Que a revelação do Senhor te alcance antes que seja tarde de mais.
A Palavra do Senhor nos fala a respeito da personalidade do diabo: - Possui intelecto (IICor.11:3); Tem emoções (Ap.12:17); Tem vontades (IITm.2:26); É tratado como pessoa meramente responsável (Mt.25:41).

AS DESIGNAÇÕES DE SATANÁS NA BÍBLIA

Nomes: Satanás (adversário); Diabo (difamador); Lúcifer (O filho da Alva).
Títulos: Maligno (IJo.5:19); Tentador (ITs.3:5); Príncipe deste mundo (Jo.12:31); deus deste século (IICor.4:4); Príncipe da potestade do ar (Ef.2:2); Acusador de nossos irmãos (Ap.12:10).
Representações: Serpente (Ap.12:9); Dragão (Ap.12:3); Anjo de luz (IICor.11:14). (Bíblia Anotada)

A NATUREZA DE SATANÁS


A)Ele é uma criatura (Ez.28:14); B) Ele é um ser espiritual (Ef.6:11-12);  C) Ele pertence a ordem dos Querubins (Ez.28:14);  D) Ele é homicida e mentiroso (Jo.8:44); E) Ele é um pecador obstinado (IJo.3:8); F) Ele é um adversário (IPe.5:8). (Bíblia Anotada)


OS ALIADOS DE SATANÁS – OS DEMÔNIOS

ELES EXISTEM?

        

Alguns acreditam que os demônios não existem, que são apenas um mal e não um ser causador do mal. Argumentam, por exemplo, do moço, mudo e surdo, atacado de sintomas semelhantes a epilepsia (Mc.9:14-29). Daqui procede a opinião de alguns, dizendo que a possessão era simples hipótese dos judeus para explicar as desordens físicas e as doenças mentais. Estas teorias perdem seu valor considerando  que os demônios falam (Mc.1:23-24, Mc.3:11, Mc.5:7), revelam conhecimento que excedem a faculdade humana, como, por exemplo, denunciando a divindade de Jesus (Mc.1:24); Eles reconheciam a sua individualidade distinta e independente da pessoa em que habitavam (Mt.8:31), pois certa manada de porcos à distância correu furiosamente a lançar-se no mar, quando o Senhor os lançou fora do endemoninhado gadareno (Mt.8:28-34, Mc.5:1-20); O Senhor Jesus os reconheceu como existindo e sobre que instruiu a seus discípulos, dizendo lhes: ”Esta casta não sai de modo algum, salvo à força de oração [e jejum.]”(Mc.9:29

Vejam o que diz o Dr. Halley no seu livro “O Manual Bíblico”:

       

 “Nos evangelhos apresentam-se os demônios como sendo cientes de que Jesus era o Filho de Deus, como seres pertencentes ao reino de Satanás, como passando por lugares secos, aguardando o tormento do abismo, preferindo morar em porcos a ir ao seu lugar próprio. Muitos podiam ficar numa só pessoa. Falavam, reconhecendo que tinham uma personalidade e uma consciência separadas daquela da pessoa por eles ocupados, dela claramente distintas. Encaravam o julgamento futuro com tremor. Jesus não se interessou por eles, senão pelas pessoas a quem faziam sofrer... Parece que há “espíritos maus”, espíritos imundos”, “espíritos sedutores”, “anjos caídos”, “anjos do diabo”, e que são organizados em principados, poderes, governadores das trevas, hostes espirituais da maldade, contra os quais os seres humanos têm de lutar continuamente (Mt.12:43,45; Mt.25:41; IIPe.2:4, Ef.6:12.  O que se pode inferir claramente na Escritura é que não foram os endemoninhados meros lunáticos, porém casos de “personalidade invadida”, e que os demônios eram espíritos maus que realmente entravam, dum ou doutro modo, em certas pessoas e as atormentavam”. 


ANJOS CAÍDOS E DEMÔNIOS SÃO A MESMA COISA?

        
A dúvida, se anjo caído e demônio são a mesma coisa, aparece quando lemos a Palavra sem analisarmos todo o contexto. Se fizermos a leitura como um todo   entenderemos que demônios e anjos caídos são sinônimos (e a Bíblia é um único livro). Leiamos alguns textos:
“E ele clamou com voz forte, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida de toda ave imunda e detestável (Ap.18:2)”.
“e aconteceu que, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram (Mc.4:4).
“E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a ele ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada (Mc.4:15).
O texto de Apocalipse nos revela que: Demônio = Espírito Imundo = Ave Imunda. Ao ligarmos essas informações do texto de Apocalipse com os textos de Marcos solucionamos qualquer dúvida. No texto de Marcos o diabo, que é um anjo caído, é chamado de Ave. É claro que o diabo está na mesma posição de rebeldia que os demônios. Podemos então entender o seguinte:
  • Diabo = Ave Impura = Espírito Imundo = Anjo Caído = Demônio 
 Entendo que dizer que os demônios não são anjos caídos é tentar torcer a Palavra de Deus. Temos que procurar não exacerbar as  interpretações e ser o mais simples possível.

 

A FÚRIA DO MAL CONTRA A IGREJA

        
A fúria dos anjos maus está especialmente dirigida contra a Igreja de Cristo, porquanto: a) continuamente procuram destruí-la por suas investidas em geral (Mt.16:18); b) Tentam impedir os ouvintes de aceitarem os favores do evangelho (Lc.8:12); c) disseminam doutrinas errôneas (Mt.13:25; ITm.4:1); d) incitam a perseguição ao reino de Deus (Ap.12:7).

OS ANJOS MAUS E OS NEGÓCIOS DAS NAÇÕES

        
No livro de Daniel capítulo dez, se lê que o anjo de Deus trazia uma resposta ao profeta, todavia o anjo sofreu resistência do príncipe do reino da Pérsia, pelo que veio o arcanjo Miguel com seu exército para lutar e abrir caminho para o mensageiro do Senhor. A referência ao “príncipe da Pérsia” é uma expressão, no texto em supra, aos anjos de satanás. No caso, esse anjo mal tinha uma certa influência no reinado Pérsia. Provavelmente o domínio desse principado manipulava as decisões políticas, sociais e religiosas. Como nesse caso, devem existir outros, que com seu domínio maligno manipulam países inteiros e isso é fato.




A ONDE HABITAM OS ANJOS CAÍDOS

Parte deles habitam no inferno: “Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo (IIPe.2:4).
aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia (Jd.Vrs.6).
A palavra INFERNO na Bíblia tem significados que variam de acordo com o texto em que é citada. Vamos analisar apenas quatro formas:
-          SHEOL: O mundo dos mortos (Dt.32:22; Sl.9:17).
-          HADES: É a forma grega para o hebraico SHEOL, e significa lugar das almas que partiram deste mundo ou lugar de tormento (Mt.11:23; Lc.10:15; Lc.16:23)
-          GEHENNA: Termo usado para designar um lugar de suplício eterno (Mt.5:22; Mc.9:43).
-          TARTAROO: O mais profundo do abismo e significa encarcerar no suplício eterno (IIPe.2:4)
Os textos de Pedro e Judas não querem dizer que todos os anjos maus estejam presos no inferno, pois a Bíblia mostra no seu contexto geral que a maioria deles estão soltos (Ef.6:12).   Em breve todos serão julgados e condenados para sempre (Mt.25:41; Ap.20:10-14; Rm.16:20).

Provavelmente a maioria habita nas regiões celestes: nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência (Ef.2:2).
pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes (Ef.6:12).
Ora, havendo o espírito imundo saindo do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; e não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro (Lc.11:24-26).
        
Entendemos pela Palavra que o diabo e seus demônios estão nos ares e procurando vítimas. Expressões tais como “principado”, “potestade” e “forças espirituais” falam não somente do lugar onde habitam, mas também do poder de decisão que exercem no cumprimento de suas responsabilidades infernais. Saibam que os demônios estão por ai e é mister que eles ainda tenham algum tempo, por isso convém a você cuidar da sua casa (o seu corpo). O manter a casa limpa não basta é preciso convidar Jesus para ser Senhor e centro da casa. Muitos até vão a Igreja e se sentem bem, mas é insuficiente é preciso ser cheio do Espírito de Jesus , viver uma vida de oração, manter comunhão com a Igreja, conhecer a Palavra e viver piedosamente. Vivendo assim teremos o diabo embaixo dos pés e no juízo final os julgaremos. Leiamos: Ou não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo há de ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?(ICor.6:2-3).

SERÁ QUE UM ANJO CAÍDO PODE SE MATERIALIZAR?
(TOMAR FORMA HUMANA)
        
É revelado na Palavra de Deus que os anjos bons podem se materializar, isto é, tomar forma humana (Gn.18:1-2; Gn.19:10; At.1:10). A materialização dos anjos de Deus acontece sempre quando há uma missão envolvida. Deus permite esse fato (Sl.91:11), provavelmente por causa da fraqueza humana, pois se os anjos aparecessem no mundo físico como eles são iriam chocar os homens e não agüentariam o  esplendor angelical(veja Dn.8:27). Por causa desse fato surge a pergunta a respeito dos anjos maus; será que eles podem se materializar? A resposta a essa pergunta é encontrada quando meditamos no texto de Lucas 11:24-26. O diabo e seus anjos quando caíram sofreram uma deformação (Ez.28; Is.14; Ap.12) perdendo assim as suas formas angelicais, tornando-se criaturas hediondas e horríveis: “CHEGASTE A UM FIM HORRÍVEL”(Ez.28:19). No texto em supra Lucas narra que essas criaturas estão a procura de corpos humanos para se tornarem hospedeiros, fazendo desses corpos verdadeiras oficinas de coisas maléficas. Acreditamos que esses anjos maléficos não podem se materializar, pois não iriam usar tantos esforços para tomarem um corpo se pudessem ter um. Seria muito mais fácil para os demônios tomar forma humana e arrasar os outros homens, mas isso não acontece. Nunca se leu na Bíblia que um anjo bom tomou posse de corpos humanos, mas que se materializaram em forma de varão. Por outro lado, os demônios estão sempre procurando um corpo para cumprir as suas maldades, nos deixando claros da impossibilidade de se materializarem.
Concluindo a resposta dessa tese, quero deixar claro que a Bíblia nunca relatou tal fato e nem deixa bases para essa suposta possibilidade de materialização demoníaca. O que tem sido vivenciado é o que está na Bíblia, onde pessoas que deram brechas foram dominadas completamente, ficando possessas. 

A OBRA DOA ANJOS MAUS EM GERAL
        
Eles podem ser lançados por Deus entre um povo mau (Sl.78:49); procuram separar os cristãos de Cristo (Rm.8:38); opõem-se aos anjos bons e a sua obra (Dn.10:12-13); cooperam com satanás, realizando o seu propósito (Mt.25:41; Ef.6:12; Ap.12:7-12); infligem enfermidades (Jó 1:5-10; Mt.9:33); causam alienação mental (Mc.5:4-5); semeiam falsa doutrina (ITm.4:1); opõem-se aos filhos de Deus (Ef.6:12); possuem humanos e animais (Mt.4:24; Mc.5:8-14); são usados por Deus para, em um segundo plano, realizar o seu propósito (Ap.9:1-12; Ap.16:14).

SAIBA DA AUTORIDADE QUE VOCÊ TEM
        
Todo cristão deve ter em mente da autoridade que Deus, em Cristo Jesus, lhe outorgou. Muitos crentes parecem ter medo das forças das trevas, esquecendo-se assim do poder que está do nosso lado. É claro que devemos respeitar o nosso adversário e não subestimá-lo: “porque não ignoramos as suas maquinações” (IICor.2:11). O Senhor Jesus, quando foi tentado no deserto, nos mostrou como derrotamos as forças das trevas. Ele citou três vezes a Palavra dizendo ao diabo: “ESTÁ ESCRITO”. O Senhor assim o fez para que nós o imitássemos e como Ele fizéssemos o diabo correr. Citaremos alguns versículos Bíblicos, os quais lhe trarão paz e segurança nessa batalha espiritual:
-          Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum(Lc.10:19).
-          E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios (Mc.16:17).
-          ... expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça daí(Mt.10:8).
-          Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós (Tg.4:7).
-          Reunindo os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem doenças (Lc.9:1).
-          Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo (Ijo.4:4).
-          Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora saiu (At.16:18).

Em um cristão cheio do Espírito Santo e da Palavra de Deus os demônios nunca terão vez. Por isso eu te aconselho que cresça na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. Fique na Paz:


Bibliografia

Anjos, Homens e pecado – EETAD, Anotações particular do autor,
Dicionário Bíblico – Davis, Bíblia (ARC), Bíblia em CD-ROM


terça-feira, 4 de novembro de 2014

A ORIGEM DA IGREJA
A igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do universo.
Efésios 1 : 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
I Pedro 1 : 20 O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;
O plano de Salvação estava traçado por Deus desde o eterno passado. O sacrifício fora feito antes da fundação do universo, isto é, antes mesmo de ser efetuado no calvário, o cordeiro já era conhecido pelo Pai.
Em uma ordem lógica, podemos admitir que : Deus fundou a Igreja, Jesus Cristo formou a Igreja e o Espírito Santo confirmou a Igreja. Assim, o projeto no coração de Deus, a formação pelo ministério de Cristo e a confirmação, no dia de Pentecostes, pelo poderoso derramamento do Espírito Santo.
B) A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Efésios 3 : 9 E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
A Igreja que antes era um mistério " oculta em Deus " fora revelada em Cristo, tornando-se o " segredo de Deus " conhecido aos homens. A expressão " oculto em deus " indica que a igreja esteve sempre na mente de Deus, e vindo a ser conhecida pelo ministério terreno de Jesus Cristo e o Espírito Santo.
A Igreja de deus, começou a formar e revelar-se no tempo, quando João Batista disse; Eis o Cordeiro de Deus. João 1:36.
C) O NASCIMENTO DA IGREJA
A Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial, no dia de Pentecostes, cinqüenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo.

Na manhã do dia de Pentecostes.
- 120 seguidores de Jesus oravam reunidos
- Línguas de fogo desceram sobre eles
- Falaram em outras línguas
O tríplice efeito do Pentecostes
- Iluminou a mente dos discípulos
- Compreenderam que o Reino não era político
- Deveriam estar totalmente na dependência do espírito Santo
D) A PLENITUDE DO TEMPO
Gálatas 4 : 4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
A Palestina onde o cristianismo deu seus primeiros passos ocupava uma posição geográfica privilegiada pois ocupava uma área onde era a encruzilhada das grandes rota comerciais que uniam o Egito à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor. Por isso vemos na história descrita no Velho Testamento, esta área tão cobiçada sendo invadida por vários impérios.
A língua predominante na época era o grego. Uma língua universal, apesar do império dominante ser o império Romano, que unia em um só governo boa parte do mundo conhecido. Era um governo pacífico e próspero e suas cidades estavam em progresso e viajar não era mais difícil pois muitas estradas foram construídas.
Apesar de haver muitas religiões e filosofias ( A política dos romanos era, em geral, tolerante em relação a religião e aos costumes dos povos conquistados. ) o mundo estava vazio espiritualmente, Assim o mundo estava pronto para a recepção de uma nova religião.
A "plenitude do tempo" não quer dizer que o mundo estivesse pronto a se tornar cristão, mas quer dizer que, nos desígnios de Deus, havia chegado o momento de enviar o seu filho ao mundo.



II. A IGREJA APOSTÓLICA
Desde a Ascensão de Cristo, 30 AD até o final do século ( 100 AD )
A) O CRESCIMENTO DA IGREJA
Atos 5 : 14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.
Atos 6 : 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
A arma usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o testemunho de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o número de testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo.
Os motivos desse crescimento foi :
- Perseveravam na doutrina dos apóstolos
- Perseveravam na comunhão e partir do pão
- Perseveravam na oração
- Possuíam temor
- Muitos sinais e maravilhas se faziam
- Muita alegria e sinceridade
Atos 2 : 41 - 47
A Igreja Pentecostal era uma igreja poderosa na fé e no testemunho, pura em seu caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu defeito era a falta de zelo missionário. Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que se decidisse a ir a outras regiões.
B) A EXPANSÃO DA IGREJA
Atos 8 : 4 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra.
Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia.
Por qual motivo sobreveio então as perseguições ?
Marcos 16 : 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
A partir desta perseguição, os cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e testemunhavam das maravilhas que Jesus operava.
C) A ERA SOMBRIA
A última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos de "Era Sombria", em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e a falha de muitas informações sobre este período.
Perseguição sob Nero
Nero chegou ao poder em 54, todos os que se opunham à sua vontade, ou morriam ou recebiam ordens de se suicidar.
Assim estavam as coisas quando em 64 AD aconteceu o incêndio em Roma. Diz-se que foi Nero, quem ateou fogo à cidade, Contudo essa acusação ainda é discutível. Entretanto a opinião pública responsabilizou Nero por esse crime. Afim de escapar dessa responsabilidade, Nero apontou os cristãos como culpados do incêndio de Roma, e moveu contra eles tremenda perseguição. O fogo durou seis dias e sete noites e depois voltou a se acender em diversos lugares por mais três dias.
- Milhares de cristãos foram torturados e mortos.
- Muitos serviram de iluminação para a cidade, amarrados em postes e ateado fogo.
- Muito foram vestidos com peles de animais e jogados para os cães.
- Nesta época morreram :
- Pedro - Crucificado em 67
- Paulo - Decapitado em 68
- Tiago - Apedrejado depois de ser jogado do alto do templo
Além de matá-los fê-los servir de diversão para o público.
A Perseguição sob Domiciano
No ano 81 Domiciano sucedeu ao imperador Tito que invadira destruíra Jerusalém no ano 70. Com a destruição de Jerusalém Domiciano ordenou que todos os judeus deviam enviar à Roma as ofertas anuais, que eram enviadas a Jerusalém, estes, por sua vez não obedeceram, o que desencadeou a segunda perseguição, não somente aos judeus mas também aos cristãos.
Durante esses dias milhares de cristão foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália. Nesta época o apóstolo João, que vivia em Éfeso, foi preso e exilado na ilha de Patmos, foi quando recebeu a revelação do Apocalipse.


III. AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS
Este período vai da morte do Apóstolo João, ano 100 AD até o Edito de Constantino, ano 313 AD.
O fato de maior destaque na História da Igreja neste período foi, sem dúvida, as perseguições realizadas pelos Imperadores Romanos. Estas perseguições duraram até o ano 313 AD, quando Constantino, o primeiro Imperador Romano, " cristão ", fez cessar todos os propósitos de destruir a Igreja.
A de ressaltar que durante este período houve épocas em que as perseguições foram mais amenas.
No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as nações e em quase todas as nações, e alguns crêem que se estendia até a Espanha e Inglaterra. O número de membros da comunidade cristã subia a muitos milhões. A famosa carta de Plínio ( Governador da Bitínia - hoje Turquia ) ao Imperador Trajano, declara que os templos dos deuses estavam quase abandonados, enquanto os cristãos em toda parte formavam uma multidão, e pertenciam a todas classes , desde a dos nobres, a até a dos escravos.
Os Motivos das perseguições
- O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.
- A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa razão o povo considera os cristãos como " Anti-social e ateus que não tinham deuses.
- A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.
- As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. De praticarem atos imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia, eram vetada a entrada dos estranhos.
- O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como " niveladores da sociedade ", portanto anarquistas, perturbadores da ordem social.
Os Perseguidores
Imperador Trajano 98 a 117 AD - Estabeleceu a Lei, que sendo cristão acusado de qualquer coisa e não negar fé, será castigado, não tendo acusação estão livres. Mandava crucificar e lançar às feras.
Imperador Adriano 117 a 138 AD - Morreu em agonia, gritando, " Quão desgraçado é procurar a morte e não encontrar ".
Imperador Marco Aurélio 161 a 180 AD - Mandava decapitar e lançar às feras. Apesar de possuir boas qualidades como homem e governante justo, contudo foi acérrimo perseguidor dos cristãos. Opunha-se, pois, aos cristãos por considerá-los inovadores. Milhares foram decapitados e devorados pelas feras na arena. Os Imperadores acima mencionados, foram considerados como os " bons imperadores ", nenhum cristão podia podia ser preso sem culpa definida e comprovada. Contudo, quando se comprovava acusações e os cristãos se recusavam a retratar-se, os governantes eram obrigados, a por em vigor a lei e ordenar a execução.
Imperador Severo 193 a 211 AD - Mandava decapitar e lançar às feras. Iníciou uma terrível perseguição que durou até à sua morte em 211 AD. Possuía uma natureza mórbida e melancólica; era muito rigoroso na execução da disciplina. Tão cruel fora o espírito do imperador, que foi considerado por muitos como o anticristo.
Imperador Décio 249 a 251 AD - Décio observava com inveja o poder crescente dos cristãos, e determinou reprimi-lo. Via as igrejas cheias enquanto os templos pagãos desertos. Por conseqüencia, mandou que os cristãos tinham que se apresentar ao Imperador para comunicar e religião. Quem renunciava recebia um certificado, que não renunciava era considerado criminoso e conduzidos às prisões e sujeitos às mais horrorosas torturas.
Imperador Diocleciano 305 a 310 - A última, a mais sistemática e a mais terrível de todas as perseguições deu-se neste governo. Em uma série de editos determinou-se que : - Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. - Todos os templos construídos em todo o império durante meio século, fossem destruídos. - Todos os pertencentes as ordens clericais fossem presos. - Ninguém seria solto sem negar o Cristianismo. - Pena de morte para quem não adorasse aos deuses. Prendiam os cristãos dentro dos templos e depois ateva fogo. Consta que o imperador erigiu um monumento com esta inscrição " Em honra ao extermínio da superstição cristã ".


Os Principais Mártires
Inácio Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 AD por não adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no anfiteatro romano, no ano 108 ou 110 enquanto o povo festejava. Ele estava disposto a ser martirizado, pois durante a viagem para Roma escreveu cartas às igrejas manifestando o desejo de não perder a honra de morrer por seu Senhor
Policarpo Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155. Ao ser levado perante o governador, e instado para abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu: " Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo, Como poderia eu agora negar ao meu Salvador ? Policarpo foi queimado vivo.
Justino Mártir Era um dos homens mais competente de sue tempo, e um dos principais defensores da fé. Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da igreja nos meados do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166.
Os Efeitos Produzidos pelas Perseguições
As perseguições produziram uma igreja pura pois conservava afastados todos aqueles que não eram sinceros em sua confissão de fé. Ninguém se unia à igreja para obter lucros ou popularidade. Somente aqueles que estavam dispostos a ser fiéis até a morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo.
A Igreja multiplicava-se. Apesar das perseguições ou talvez por causa delas, a igreja crescia com rapidez assombrosa. Ao findar-se o período de perseguição, a igreja era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império.
Apesar de considerarmos as perseguições o fato mais importante da História da Igreja, no segundo e terceiro séculos, contudo, fatos interessantes aconteceram neste período que devem ser observados. Vejamos :
O Cânon Bíblico
Os escritos do Novo Testamento foram terminados, entretanto a formação do Novo Testamento com os livros que o compõem, como cânon, não foi imediata. Algumas Igreja aceitavam somente alguns livros como inspirados e outra igrejas livros diferentes.
Gradualmente os livros do Novo Testamento, tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência de escritura inspirada.
O Crescimento e a Expansão da Igreja
O crescimento e a expansão da Igreja foi a causa da organização e da disciplina. A perseguição aproximou as Igrejas e exerceu influência para que elas se unissem e se organizassem. O aparecimento da heresias impôs, também, a necessidade de se estabelecerem alguns artigos de fé, e, com eles, algumas autoridades para executá-las.
Outra característica que distingue esse período é sem dúvida, o desenvolvimento da doutrina. Na era apostólica a fé era do coração, uma entrega pessoal a vontade de Cristo. Entretanto no período que agora focalizamos, a fé gradativamente passara a ser mental, era uma fé do intelecto, fé que acreditava em um sistema rigoroso e inflexível de doutrinas. O credo Apostólico, a mais antiga e mais simples declaração da crença cristã, foi escrito durante esse período.
Nesta época surgiram três escolas teológicas. Uma em Alexandria, outra na Ásia Menor e outra na África. Os maiores vultos da historia do Cristianismo passaram por essas escolas: Orígenes, Tertulianao e Cipriano
Seitas e Heresias
Juntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se também as seitas, ou como lhes chamavam, as heresias na igreja cristã. Os cristãos não só lutaam contra as perseguições , mas contra as heresias e doutrinas corrompidas.
Os Gnósticos Do grego "Gnósis = Sabedoria, Conhecimento" Acreditavam que Deus Supremo é espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é completamente má criada por um ser inferior que é Jeová. O propósito é então escapar deste corpo que aprisiona o espírito. Afim de chegar a libertação, é necessário que venha um mensageiro do reino espiritual. Cristo. Cristo portanto não era matéria, possuía somente a natureza divina.
Os Ebionitas Do hebraico que significa "Pobre" eram judeus-cristãos que insistiam na observância da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo. Eram considerados como apostatas pelo Judeus não convertidos.
Os Maniqueus De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador Ter o nome de Mani. Acreditavam que o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem. Rejeitavam a Jesus, porém criam em um "Cristo celestial".


IV. A IGREJA IMPERIAL
Desde o Edito de Constantino, 313 AD até à queda de Roma em 476 AD.
No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra.
Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P.
Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a coroa.
Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero cristão.
O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a igreja:
- As perseguições acabaram
- A crucificação foi abolida
- Templos restaurados e muitos construídos
- O infanticídio foi reprimido
- As lutas de gladiadores foram proibidas
Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os julgamentos eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.
- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. A adoração a Venus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.
A Fundação de Constantinopla
O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos.
Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território.
As Controvérsias
A Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero Ario de Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.
Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em 325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada.
A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza divina tomou lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla em 381 AD.
A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do termo " Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em harmonia. No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus "
O Desenvolvimento do poder na Igreja Romana
Roma reclamava para si autoridade apostólica. A Igreja de Roma era a única que declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro e Paulo. A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam fortemente estas afirmações. Neste ponto há um contraste notável entre Roma e Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram Constantinopla.
Além disso Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas também entre os pagãos. Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma, começou a ser considerado como autoridade principal de toda a igreja.
Foi dessa forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor, no ano 451 AD, Roma ocupou o primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar.
O Cristianismo Vivo
O Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo. Devemos mencionar aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para manter vivo o Cristianismo.
Atanásio ( 296 - 373 ) Foi ativo defensor da fé no início do período. Ja vimos como ele se levantou e se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim.
Ambrósio ( 340 - 397 ) Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo batizado. Converteu-se posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por causa de um ato cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi autor de vários livros.
João Crisóstomo ( 345 - 407 ) " Boca de ouro " em razão de sua eloqüência inigualável, foi o maior pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla. Entretanto, sua fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado e morreu no exílio.
Jerônimo ( 340 - 420 ) Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em Roma. De seus numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana.
Agostinho ( 354 - 430 ) O nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África. Escritor de vários livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a influência de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o maior expositor, desde o tempo de Paulo.


V. A IGREJA MEDIEVAL
Este período vai desde a queda de Roma em 476 AD até a queda de Constantinopla, 1453 AD.
PROGRESSO PAPAL
O termo "papa", significa simplesmente "papai", sendo, portanto, um termo de carinho e respeito, este termo era usado para qualquer bispo, sem importar se ele era de Roma. Como Roma era, pelo menos de nome, a capital do Império, a igreja e o bispo desta cidade logo se viram em posição de destaque.
Quando os bárbaros invadiram o Império, a igreja de Roma começou a seguir um rumo bem diferente Constantinopla. No Ocidente, o Império desapareceu, e a igreja veio a ser a guardiã do que restava da velha civilização. Por isto, o papa, chegou a Ter grande prestígio e autoridade.
Porém, enquanto que no Oriente duvidava-se de sua autoridade, em Roma e vizinhanças esta autoridade se estendia até além dos assuntos religiosos. Tudo isto nops mostra que em uma época em que a Europa estava em caos, o papado preencheu o vazio, proporcionando certa estabilidade.
O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de Gregório I, o Grande, e teve o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por Hildebrando. Hildebrando reformou o clero que se havia corrompido, elevou as normas de moralidade de todo o clero, exigiu celibato dos sacerdotes, libertou a igreja da influência do estado, podo fim à nomeação de papas pelos reis e imperadores. Hildebrando impôs a supremacia da igreja sobre o Estado.
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO PAPADO
A autoridade monárquica do papa, é fruto de um longo processo. De um bispo igual aos outros, o de Roma passa a ser o primeiro entre os demais e finalmente cabeça incontestável da Igreja. Vários papas de grande envergadura, dos quais devemos citar: Inocêncio (402-417); Celestino (422-432); Leão I (440-461); e Gregório I (590-604).
1. Até Constantino Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma foi fundada por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde então. Oscar Cullmann, teólogo protestante, examina detalhadamente a questão de Pedro ter estado em Roma. Conclui que estava lá e lá foi martirizado. Nega entretanto que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subsequentes.
A lista dos primeiros bispos consta destes nomes: Lino, Cleto ou Anacleto, Clemente (91-100), Evaristo, Alexandre(109-119), Sixto I (119-127), Telesforo (127-138), Higino (139-142), Pio I (142-157), Aniceto (157-168), Soter (168-177), Eleutero (177-193). Estas datas são aproximadas e temos poucas informações do seu pontificado.
Vitor (193--202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além das fronteira de sua igreja.
Cipriano. Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão, contribuiu bastante para fortalecer a autoridade do bispo de Roma. Defendeu as reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto colocar o papa sobre os demais bispos.
Estevão (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano quanto ao cálculo da data da páscoa.
Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste período foi a crescente prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou incorporadas num sistema diocesano. Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário das igrejas mães.
2. De Constantino a Gregório Magno
A oficialização da Igreja trouxe em seu bojo rápido desenvolvimento hierárquico. Constantino se considerava bispo e até bispo dos bispos em coisas formais e até doutrinárias. Sem sua permissão não se pode reunir um sínodo.
Roma surge como árbitro entre as igrejas. No conflito entre os arianos e Atanásio, este contribuiu para fortalecer Júlio por ter recorrido ao bispo de Roma, pedindo que convocasse um concílio. Esta e outras questões entre as igrejas do leste e da África foram exploradas pelos papas para fortalecer suas próprias posições. Assim questões religiosas seriam resolvidas pelo "sumo-pontífice"de religião e não pelos magistrados civis.
Siricius (354-398). Conseguiu que um concílio realizado em Roma decretasse que nenhum bispo deve ser consagrado sem o conhecimento e consentimento do bispo de Roma. Mesmo que seja um decreto falso, é muito antigo e exerceu grande influência.
Inocêncio I (402-417). Demonstrou grande ousadia em explorar as reivindicações de Roma, exigindo submissão universal a sua autoridade. Insistia que era a obrigação de todas as igrejas ocidentais se conformarem aos costumes de Roma.
Celestino (422-432). Durante o exercício do seu papado foi resolvido a mui agitada questão do direito de apelar a Roma decisões nas províncias. Celestino manipulou as questões de uma maneira que sempre saía ganhando o prestígio de Roma, até o ponto de dispensar os cânones de um concílio geral.
Leão I (440)-461). Homem humilde, insistia que era sucessor de Pedro e que não se pode infringir a autoridade deste. Conseguiu do jovem e fraco imperador Valentino III um edito em que este reconhece a primazia da sé de Pedro e insiste que ninguém pode agir sem a permissão desta sé.
Gregório I (589-604). Possivelmente o maior papa deste período. filho de um senador, adotou o costume monástico. Pretendia ser missionário aos ingleses quando foi consagrado papa aos 49 anos de idade. Reclamou que Máximo foi eleito patriarca de Constantinopla no lugar de seu candidato e suspendeu todos os bispos que o consagraram sob pena de anátema de Deus e do apóstolo Pedro. Repreendeu o patriarca de Constantinopla por ter assumido o título de bispo ecumênico.
A COROAÇÃO DE CARLOS MAGNO
Abriu a história política e eclesiástica da Europa um novo período, no qual os dois poderes o civil e o papal aparecem intimamente ligados, em busca de ideal comum de poderio e domínio.
Leão III (795-816). O período começa com Leão III assentado na cadeira pontificial. Foi ele quem colocou Carlos Magno como imperador no ano 800.
Estevão IV (816-817). Este papa coroou o Rei Luiz o Pio, em Roma ato que elevou ainda mais a posiçao do papa.
Gregório IV (827-844). Foi nos dias desse papa que apareceram falsos documentos a favor da prerrogativa papal. Gregório defendeu Roma contra os sarracenos.
Nicolau I (858-867). Ascendeu a cadeira papal num momento de agitaçao e desordens, aproveitando-se dos documentos falsos a favor da absoluta soberania e irresponsabilidade do papado, procurou firmar os direitos de supremacia do papa e de sua juridiçao suprema.
Adrião II (867-872). Trabalhou principalmente à sombra a influencia atingida pelo seu antecessor.
João VIII (872-882). O maior problema durante o papado de Joao VIII foi a ameaça sarracena, forçando-o a pedir ao novo imperador Carlos a sua proteçao, mas Carlos e o papa aceitou o tratado humilhante com os sarracenos.
O período de 882 a 903 caracteriza-se pela torpe degradação do poder papal. O poder papal enfraqueceu-se notadamente. As eleições pontificiais feitas nesse período são memoráveis pela torpeza que as acompanhou. O papa Formoso subiu ao poder em 891 e, dois anos depois de sanguinolento pontificado, morreu, provavelmente envenenado.
Estevao VI, foi aprisionado e morto. E depois foi eleito o Papa Marino, cujo pontificado durou apenas meses. João X, feito papa, procurou abrogar os atos de Estevão, e de fato abrogou muitos deles. Leão V, depois de um breve pontificado, foi morto por seu próprio capelão seu sucessor, Mas ao assassino coube o mesmo fim trágico, decorrido apenas oito meses.
No período de 903 a 963 Com Sergio III, começa a influência perniciosa de uma aventureira de alta linhagem sobre o governo papal. De 936 a 956 o papado esteve sob inf1uência de Alberico que nomeou quatro papas. Um filho do mesmo, sob o nome de João XIII, assumiu o ofício papal sendo o seu pontificado havido como um dos mais imorais e licenciosos. Este papa morreu assassinado,
Otão, O Grande, fez sentir a sua interferência no papado em 983, com a convocação de um sínodo para depor o imoral João XIII e substituí-lo por Leão VIII. Duante este período, até 1073, foram nomeados vário papas e os imperadores ficaram no direito de nomear e controlá-los para evitar a dissolução completa do clero.
Hildebrando (1073). Foi inquestionavelmente o maior estadista eclesiástico da Idade Media. Seu objetivo foi tornar um fato o domínio universal e absoluto do papado, e sua política subordinou-se completamente a este propósito. Este papa tomou o nome de Gregório VII.
CONCÍLIO DE ROMA EM 1059
1- A nomeação do papa pelos bispos cardeais sancionada pelo clero cardeal e depois aprovada pelo clero inferior e os leigos.
2- Nenhum oficial da igreja, sob pretesto algum, pode aceitar benefício algum de qualquer leigo ou ser chamado a contar ou dar conta a jurisdição.
3- Nenhum cristão pode, assistir a missa rezada por padre de quem se sabia ter concumbina, apesar da renhida oposição, Hildebrando executou a risco esses decretos. No entanto a vitoria de Hildebrando, nunca foi completa e permanente.
Inocêncio III (1198-1216), aproveitou as prerrogativas papais fimando umas e alargando outras. Foi durante seu papado que o poder papal, que evoluia gradativamente através dos séculos chegou ao auge. Ele foi o maior papa do século.
DECLINIO DO PODER PAPAL
Do século treze em diante começa o suave declínio do poder papal para o que concorreram fatos e circunstâncias históricas diferentes.
1- Com o século XIII desapareceu completamente o gosto pelas cruzadas.
2- A corrupção constante na corte de Roma, o favoritismo e o mercantilismo que presidiam as decisões do Papa e da Curia, igualmente estimulava a dissidência.
3- Á imoralidade dominava o clero.
4- A cadeira papal era objeto de ambição mais desenfreada.
5- A influência adquirida pelos franceses na Itália e Sicília após queda dos imperadores germânicos foi sobremodo prejudicial ao papado.
Bonifácio VII (1294-l303), subiu a cadeira pontífica no meio destas condiçoes tão favoráveis ao papado, mas sem se adaptar a elas conservou aquele espírito de arrogância e mandonismo, muito característico de seus antecessores.
Em 1305, foi eleito um francês, Clemente V, como papa. Este não foi a Roma, mas estabeleceu sua corte Papal em Avignon e tornou se subservinte de Felipe rei da frança. Aqui, ele e seus sucessores todos franceses serviram durante setenta anos. Tão notório se tornaram as condições que os historiadores católicos estigmatizaram o período de cativeiro babilônico do papado.
Em virtude da presença da corte papal de Roma em Avignon, na França, a Europa conseguiu muitas inimizades. O catolicismo dividiu-se, ficando uma parte com a França e outra com a Itália. Aparecem então dois papas um lançando maldições sobre o outro e cada qual julgando-se legítmo chefe da cristandade.
Em1408, houve uma conferência em Livorno, entre representantes dos dois papas e um ano depois reunia-se um concílio geral em Pisa. Discutida largamente a questão, ambos os papas foram declarados heréticos e excomungados. O concílio elegeu então a Papa, o cardeal de Milão que tomou o nome de Alexandre V.
A questão não ficou resolvida, pois, três papas levantarar-se disputando a cadeira pontificia, cada um formando em torno de si um considerado número de admiradores.
O pontificado de Nicolau V (l448-1455) foi notável, tendo sido construído nesse tempo o Vaticano e a Basílica de São Pedro, considerados como duas magnificas obras de arte. Talves nesta época tenha-se resolvido o problema dos três papas.
Inocêncio VIII (l484-l492). para melhorar a fortuna de seus filhos ilegítimos, pelejou contra Napoles e recebia tributo anual de Sultão, por manter seu irmão e rival na prisão em vez de envia-lo como cabeça de um exercito contra os inimigos da cristandade.
Isto se deu numa epoca de ignorância, senão no período do renascimento literário e quando a Europa tinha entrado numa era de invenções e descobrimentos destinados a transformar a civilizaçao. O estado de desmoralização em que a Igreja Romana se achava na vespera da reforma era um fato geralmente reconhecido.
As Cruzadas
Um grande movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da igreja, foram as Cruzadas, que se iniciaram no fim do século onze.
- A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275000 dos melhores guerreiros, para combater os Sarracenos que tinham invadido Jerusalém. Após grande batalha Jerusalém foi reconquistada. A
- A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às províncias adjacentes ao reino de Jerusalém. Sob a influência de Luiz VII da França e Conrado III da Alemanha, um grande exército foi conduzido em socorro dos lugares reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas obtiveram vitória.
- A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I " Coração de Leão", da Inglaterra e outros como; Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa morrerá afogado e Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou para França. A coragem de Ricardo I, sozinho, não foi suficiente para conduzir seu exército para Jerusalém. Contudo fez um acordo para que os cristãos tivessem direito a visitar o santo sepulcro.
- A Quarta Cruzada foi um completo fracasso, porque causou grande prejuízo a igreja cristã. Os cruzados, se afastaram do propósito de conquistar a Terra Santa e fizeram guerra a Constantinopla, conquistaram-na e saquearam-na. Constantinopla ficou, posteriomente, a mercê dos inimigos.
- Na Quinta Cruzada, Frederico II, conduziu um exército até a Palestina e conseguiu um tratado no qual as cidades de Jerusalém, Haifa, Belém e Nazaré, eram cedidas aos cristãos. Porém 16 anos depois a cidade de Jerusalém foi tomada pelos maometanos.
- A Sexta Cruzada foi empreendida por São Luiz. Invadiu a Palestina através do egito, mas não obteve êxito, foi derrotado pelos maometanos e libertado por uma grande soma .
- A sétima Cruzada teve também a direção de São Luiz juntamente com Eduardo I. A rota escolhida foi novamente a África, porém São Luiz morreu e Eduardo I voltou para ocupar o trono na Inglaterra e a cruzada teve um fracasso total. Esta foi considerada a última Cruzada, porém houve outras de menor vulto.
O Desenvolvimento da vida Monástica
Este movimento desenvolveu-se grandemente na Idade Média entre homens e mulheres, com resultados bons e maus. Com o crescimento dessas comunidades, tornava-se necessária alguma forma de organização, de modo que nesse período surgiram quatro grandes ordens.
A Ordem dos Beneditinos Fundada por por São Bento em 529, em Monte Cassino. Essa ordem tornou-se a maior de todas as ordens monásticas da Europa. Suas regras exigiam obediência ao superior do mosteiro, a renúncia a todos os bens materiais, e bem assim a castidade pessoal.
Cortava bosques, secava e saneava pântanos, lavrava os campos e ensinava ao povo muitos ofícios úteis.
A Ordem dos Cistercienses Surgiram em 1098, com objetivo de fortalecer a disciplina dos Beneditinos, que se relaxava. Seu nome deve-se a cidade francesa de Citeaux, fundada por São roberto. Deu ênfase às arte, arquitetura e especialmente à literatura, copiando e escrevendo livros.
A Ordem dos Franciscanos fundada em 1209 por São Francisco de Assis. Tornou-se a mais numerosa de todas as ordens. Por causa da cor que usavam, tornaram-se conhecido como os "frades cinzentos".
A Ordem dos Dominicanos Ordem esponhola fundada por São Domingos, em 1215. Os Dominicanos e os Franciscanos diferenciavam-se das outras ordens, pois eram pregadores, iam por toda parte a fortalecer a fé dos crentes.
No início, cada ordem monástica era um benefício para a sociedade. Vamos ver alguns bons resultados.
1. Os mosteiros davam hospedagem aos viajantes, aos enfermos e aos pobres. Serviam de abrigo e proteção aos indefesos, principalmente às mulheres e crianças.
2. Guardavam em suas bibliotecas muitas obras antigas da literatura clássica e cristã. Sem as obras escritas nos mosteiros, a Idade média teria passado em branco.
3. Os monges serviram como missionários na expansão do evangelho, até mesmo entre os bárbaros.
Apesar dos bons resultados que emanaram do sistema monástico, também houve péssimos resultados.
1. O monacato apresentava o celibato como a vida mais elevada, o que é inatural e contrário às Escrituras.
2. Impôs a adoção da vida monástica a milhares de pessoas das classes nobres da época.
3. Os lares e as famílias foram, assim, constituídos não pelos melhores, mas pelos de ideais inferiores, já que os melhores, não participavam da família, nem da vida social, nem da vida cívica nacional.
4. O crescimento da riqueza dos mosteiros levou a indisciplina, ao luxo, à ociosidade e até a imoralidade.
No início do século dezesseis, os mosteiros estavam tão desmoralizados no conceito do povo, que foram suprimidos, e os que neles habitavam foram obrigados a trabalhar para se manterem.
Início da Reforma Religiosa
Cinco grandes movimentos de reformas surgiram na igreja; contudo, o mundo não estava preparado para recebê-los, de modo que foram reprimidos com sangrentas perseguições.
Os Albigenses "Puritanos" surgiram em 1170 no sul da França. Eles rejeitavam a autoridade da tradição, distribuíam o Novo Testamento e opunham-se às doutrinas romanas do purgatório, à adoração de imagens e às pretensões sacerdotais. O papa Inocêncio III, promoveu uma grande perseguição contra eles, e a seita foi dissolvida com o assassinato de quase toda a população da região.
Os Valdenses Apareceram ao mesmo tempo, em 1170, com Pedro Valdo, que lia, explicava e distribuía as Escrituras, as quais contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos romanos. Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França; apesar das perseguições, eles permaneceram firmes, e atualmente constituem uma parte do pequeno grupo de protestante na Itália.
João Wyclif Nascido em 1324, Recusava-se a reconhecer a autoridade do papa e opunha-se a ela. Era contra a doutrina da transubstanciação, considerando o pão e o vinho meros símbolos. Traduziu o Novo testamento para o Inglês e seus seguidores foram exterminados por Henrique V.
João Huss Nascido em 1369 foi um dos leitores de Wyclif, pregou as mesmas doutrinas, e especialmente proclamou a necessidade de se libertarem da autoridade papal. Foi excomungado pelo papa, e então retirou para algum esconderijo desconhecido. Ao fim de dois ano voltou a convite da igreja para participar de um concílio católico-romana de Constança, sob a proteção de um salvo-conduto. Entretanto, o acordo foi violado sob o pretexto de que "Não se deve ser fiel a hereges". Assim João Huss foi condenado e queimado.
Jerônimo Savonarola Nascido em 1452 foi monge Dominicano, em Florença. A grande catedral enchia-se de multidões ansiosas, não só de ouví-lo, mas também para obedecer aos seus ensinos. Pregava contra os male sociais, eclesiásticos e político de seu tempo. Foi preso, condenado e enforcado e seu corpo queimado na praça de Florença em 1498.
A Queda de Constantinopla
A queda de Constantinopla, em 1453, foi assinalada como linha divisória entre os tempos medievais e os tempos modernos. Província após província do grande império foi tomada, até ficar somente a cidade de Constantinopla, que finalmente, em 1453, foi tomada pelos turcos sob as ordens de Maomé II. O templo foi transformado em mesquita. Constantinopla ( Istambul ) tornou-se a capital do Império Turco e assim terminou também o período da Igreja Medieval.
Resumo da Apostasia
Mencionaremos algumas das doutrinas que não tem apoio nas Escrituras Sagradas, e quando foram implantadas na igreja.
Ano Doutrina
310 Reza pelos defuntos, 320 Uso de Velas, 375 Culto dos santos, 431 Culto à virgem Maria, 503 Obrigatoriedade de se beijar os pés do papa, 850 Uso da água benta, 993 Canonização dos Santo, 1073 Celibato Sacerdotal, 1184 Instituição da Santa Inquizição, 1190 Venda de Indulgências, 200 Substituição do pão pela hóstia, 1215 Dogma da transubstanciação, 1229 Proibição da leitura Bíblica, 1316 Instituição da reza à Ave Maria, 1546 Introdução dos livros apócrifos, 1870 Dogma da infabilidade papal, 1950 Ascenção de Maria


VI. A IGREJA REFORMADA
Desde a Queda de Constantinopla, 1453 Até ao Fim da Guerra dos Trinta Anos, 1648
A Reforma na Alemanha.
Neste periodo de duzentos anos, o grande acontecimento foi a Reforma; iniciada na Alemanha, e teve como resultado o estabelecimento de igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade a Roma. Anotemos algumas das forças que conduziram à Reforma e ajudaram o seu progresso. Uma dessas forças foi, o movimento conhecido como Renascença, ou despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, pelas artes e pela ciência, isto é, a transformação dos médodos e propósitos medievais em métodos modernos.
A maioria dos estudiosos italianos desse período eram homem destituídos de vida religiosa; até os próprios papas dessa época destacavam-se mais por sua cultura do que pela fé. No norte dos Alpes, na Alemanha, na Inglaterra, e na França o movimento possuía sentimento religioso, despertando novo interesse pelas Escrituras, pelas línguas grega e hebraica, levando o povo a investigar os verdadeiros fundamentos da fé, independente dos dogmas de Roma. Por toda parte, de norte a sul, a Renascença solapava a igreja católica romana.
A invenção da imprensa veio a ser um arauto e aliado da Reforma que se aproximava. A imprensa possibilitou o uso comum das Escrituras, e incentivou a tradução e a circulação da Bíblia em todos os idiomas da Europa. As pessoas que liam a Bíblia, prontamente se convenciam de que a igreja papal estava muito distanciada do ideal do Novo Testamento. Os novos ensinos dos Reformadores, logo que eram escritos, também eram logo publicados em livros e folhetos, e circulavam aos milhões em toda a Europa.
O patriotismo dos povos começou a manifestar-se, mostrando-se inconformados com a autoridade estrangeira sobre suas próprias igrejas nacionais; resistindo à nomeação de bispos, abades e dignitários da igreja feitas por um papa que vivia em um pais distante.
Não se conformava, o povo, com a contribuição do "óbolo de S. Pedro", para sustentar o papa e para a construção de majestosos templos em Roma. Havia uma determinação de reduzir o poder dos concílios eclesiásticos, colocando o clero sob o poder das mesmas leis e tribunais que serviam para os leigos